Omissão


Parlamentares criticam redução de investimentos em segurança pública

Integrantes da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, os deputados João Campos (GO) e Romero Rodrigues (PB) consideram o governo federal omisso no combate à criminalidade e criticam a redução de investimentos da área. Em meio à discussão de novo plebiscito sobre a proibição da comercialização de armas, a “Folha de S. Paulo” revelou cortes no orçamento da Polícia Federal para este ano, o que afetou a fiscalização em regiões de fronteiras e as ações de combate ao narcotráfico e contrabando de armas.

João Campos afirma que, mesmo sem o corte, os recursos seriam insuficientes. Os tucanos cobram do governo medidas efetivas para enfrentar o problema. Segundo “O Globo”, a vulnerabilidade tem permitido a entrada e o aumento no consumo de uma droga derivada da cocaína, o Oxi, mais letal que o crack. A nova droga entrou no país pelo Acre.

Os dependentes permanecem sempre nervosos e agitados durante e após o consumo da droga. Os efeitos em órgãos vitais como rim, pulmão e fígado são considerados devastadores. Na avaliação dos parlamentares, o Planalto novamente fala uma coisa e age de outra forma. Ao mesmo tempo em que anuncia a adoção de medidas de combate ao tráfico de armas e drogas, promove um corte no orçamento que prejudica as ações.

A gestão do PT tem muito discurso e pouca ação, segundo João Campos. “A incoerência é uma das suas características. O governo está antecipando a campanha do desarmamento para esconder a sua omissão, a sua falta de ação no enfrentamento ao comércio de armas. Não se faz segurança pública sem dinheiro e o Executivo precisa compreender isso. Investir em segurança é salvar vidas e garantir liberdades. O governo ainda não entendeu o recado”, disse.

Romero Rodrigues considerou a situação preocupante. “O Brasil viveu recentemente um problema grave numa escola no Rio de Janeiro justamente pelo acesso indevido das pessoas a armas de fogo. Quando não se adota uma medida eficaz nas fronteiras, acaba-se contribuindo para o aumento da violência”, ressaltou.

O tucano se posicionou contrário à nova consulta popular sobre o desarmamento, proposta pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na semana passada. Segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, a estimativa é que a consulta custe aos cofres públicos algo em torno de R$ 300 milhões, valor gasto pela Justiça Eleitoral para realização das últimas eleições.

Para o deputado, a verba deveria ser investida em ações mais rápidas para avançar sobre esse mal que assola a população. Uma das formas, segundo ele, seria investir nas fronteiras. “Se não houver estrutura necessária não haverá bom trabalho de combate. Essa deveria ser a prioridade do governo”, concluiu.

Polícia Federal sofre com cortes no orçamento

→ Houve redução do efetivo da Amazônia ao Sul do Brasil. Pelo menos um posto fronteiriço foi desativado, e projetos deverão ser adiados. Segundo policiais que atuam em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai, faltam carros, combustível e até coletes à prova de bala.

→ No Ministério da Justiça, com orçamento previsto de R$ 4,2 bilhões para 2011, o corte foi de R$ 1,5 bilhão. Segundo agentes, os cortes comprometeram a Operação Sentinela, feita com a Força Nacional de Segurança e a Polícia Militar nos estados. A ação combate crimes como tráfico internacional de drogas, entrada de armas, contrabando e imigração ilegal.

→ No Amazonas, o posto de Eirunepé, próximo ao Peru, não está funcionando desde o mês passado. O superintendente da PF no estado, Sérgio Fontes, disse que na fronteira com a Colômbia e o Peru a Operação Sentinela será levada apenas até onde der.

→ Em Mato Grosso do Sul, a redução no efetivo chegou a 60% nas delegacias da PF de Corumbá e Ponta Porã. Segundo agentes federais, foram suspensas blitz preventivas nas rodovias. O sindicato dos policiais diz que a delegacia opera hoje com menos da metade do pessoal em relação a 2010.

Segurança não é prioridade

“O corte orçamentário deveria ser em áreas não prioritárias. A segurança pública é prioridade para o governo apenas no período das eleições, quando afirmou que iria atuar de forma decisiva nessa área. Infelizmente não é isso que observamos”.

Deputado Romero Rodrigues (PB).

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(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)

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18 abril, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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