Medidas tardias


Francischini cobra eficiência do governo no combate à criminalidade no país

A medida adotada pela presidente Dilma Rousseff para restringir o acesso a armas de fogo no país chegou com atraso, condenou o deputado Fernando Francischini (PR). O anúncio veio após o massacre ocorrido na escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã de quarta-feira (7), que deixou 12 crianças mortas. O tucano afirmou que, mais uma vez, as soluções são tomadas apenas com a confirmação da tragédia.

Durante a campanha, Dilma definiu a segurança pública como prioridade. Passados cem dias do início do mandato, o combate à violência ainda não teve destaque na agenda oficial. Até a reunião que a presidente faria com os governadores para tratar do projeto para o setor continua na promessa. Segundo o tucano, o encontro é fundamental para debater um assunto de elevado interesse nacional. “É lamentável não discutirem essa questão. Nós aguardávamos as promessas de campanha de resolução dos problemas da segurança pública e do combate à criminalidade. A prevenção é essencial”, ressaltou.

Francischini defendeu uma lei similar ao Estatuto de Desarmamento para regular a política nacional em relação às armas. “Precisamos ter efetivos na polícia para que operações policiais como blitz e barreiras sejam feitas para tirar arma do bandido de verdade”, apontou. Na opinião do parlamentar, o governo federal deve aumentar o repasse de verbas para a segurança nos estados para tornar as ações mais efetivas. No entanto, a prática mostra outra realidade. Com o ajuste fiscal anunciado pelo governo, a área de segurança teve um corte de R$ 840 milhões no orçamento do Ministério da Justiça.

“A fronteira do Paraguai é uma porta aberta à criminalidade e o governo cada vez mais tem contingenciado as verbas do fundo penitenciário nacional. Enquanto a fronteira for uma porta aberta para entrada de armas e drogas, nenhuma política nacional da presidente mudará a questão da violência”, ressaltou Francischini. A bandeira é defendida pelo PSDB. O ex-governador de São Paulo defendeu, inclusive, a necessidade da criação do Ministério da Segurança Pública e alertou para a importância de se proteger as fronteiras, por onde entram ilegalmente drogas e armas.

Brasil está entre as nações mais violentas do mundo

→ Reportagem do Jornal “O Globo” da última segunda-feira (4) revela que o Brasil, com uma taxa média de 25 mil homicídios por cem mil habitantes, está entre os seis países mais violentos do mundo, só perdendo para a Rússia.

→ O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou antes mesmo da posse que o governo não pouparia esforços e recursos para fazer frente à violência e ao crime organizado, não só no Brasil, mas em países como Bolívia, Paraguai e Peru. Infelizmente não é isso que está ocorrendo.

Play
baixe aqui

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
8 abril, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *