Gastança em alta


Discurso do governo federal é contraditório com a realidade de cortes, declara Duarte Nogueira

O discurso de austeridade fiscal do governo federal é contraditório com a realidade de cortes no Orçamento, que afetam os investimentos necessários à infraestrutura brasileira, segundo avaliação do líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Em entrevista à rádio Estadão/ESPN, o tucano considerou incoerente o contingenciamento de R$ 50 bilhões, enquanto a União abre os cofres para a criação de novas secretarias e cargos comissionados.

Nogueira destacou o papel fiscalizador da oposição, garantido pela Constituição Federal. Ele prometeu continuar fiscalizando as ações do governo. “A oposição fez a sua parte. Temos alertado a sociedade. Enquanto o governo cobra austeridade e faz cortes no Orçamento de R$ 50 bilhões, ele cria novos ministérios”, afirmou, em referência às secretarias da Micro e Pequena Empresa e de Aviação Civil. “Já são 40 órgãos com status de ministério. No governo Fernando Henrique o número de ministérios era de apenas 26. O discurso do PT é diferente da prática”, condenou.

O tucano disse ainda que a oposição vem apontando os erros e monitorando o governo federal. Citou o reajuste do salário mínimo dado pela presidente Dilma Roussef. O novo mínimo foi para R$ 545, reajuste abaixo da meta da inflação de 2010 de 5,9%.  Segundo ele, há 16 anos o Congresso aprova o aumento baseado pelo índice da inflação. A exceção é exatamente em 2011, quando o governo usou o rolo compressor para conceder reajuste de 0,3%.

Ao ser questionado sobre a indicação do partido do candidato à Presidência para 2014, o líder tucano afirmou que a decisão só será tomada após as eleições municipais de 2012. “O partido precisa concluir o processo das convenções estaduais. Fazer a convenção nacional, promover debates em âmbito nacional e discutir a melhoria da vida das cidades”, afirmou.

As convenções municipais, estaduais e nacional estão previstas para o primeiro semestre deste ano. “No ano que vem vamos discutir temas locais, qualidade de vida nos municípios para preparar para as eleições municipais. Depois do pleito municipal, coloca-se em prática os programas de sucesso do partido para melhorar a vida das pessoas. A partir daí, teremos ingrediente natural para começar a discutir a programação para eventual eleição presidencial de 2014”, destacou.

Ainda no campo eleitoral, Nogueira falou sobre as eleições municipais em São Paulo. Na sua opinião, o partido tem a vantagem de apresentar quadros qualificados para disputar a prefeitura da capital. “É mais tranquilo sair com um candidato conhecido porque facilita a presença (do partido), em eventual segundo turno. Um candidato desconhecido coloca-nos, na largada, em posição menos privilegiada quantitativamente. Mas não podemos ter medo”, avaliou. “Temos a oportunidade das duas coisas. Termos candidatos conhecidos que, em uma campanha, podem sair na frente na intenção de voto. Ou então nomes novos, mas com experiência necessária”, afirmou.

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(Reportagem: Artur Filho / Foto: Elton Bomfim-Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)

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4 abril, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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