Juventude em perigo


Planalto deve articular ações com estados e municípios para reduzir violência entre os  jovens, defendem deputados

Os deputados João Campos (GO) e Fernando Francischini (PR) defenderam nesta terça-feira (1º) que o governo federal crie ações conjuntas com os estados e municípios para combater a violência entre os  jovens brasileiros. Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 38% dos adolescentes do Brasil vivem em situação de pobreza e são o grupo etário mais vulnerável ao desemprego, à violência e à degradação ambiental. O documento da Unicef destaca que 81 mil jovens entre 15 e 19 anos foram assassinados entre 1998 e 2008. Com estes números, o  Brasil é o primeiro lugar no ranking mundial de homicídios de adolescentes

Para João Campos, a ausência de políticas públicas e a falta de compromisso do Planalto com o tema acabam levando os jovens para o uso de drogas e ao desemprego. “É  preciso que essas políticas se comuniquem entre si e sejam articuladas com os estados e municípios para que tenham o resultado desejado”, avaliou. O deputado argumenta que o governo federal não pode agir isoladamente, pois sozinho não terá capacidade de reverter esse quadro lamentável em que vive a juventude brasileira.

Os tucanos também lamentaram o descaso do Executivo com o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), projeto que poderia tirar os jovens da vulnerabilidade social e  foi criado para incluir adolescentes no mercado de trabalho. Recentemente o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou graves irregularidades no programa, como o pagamento a beneficiários que não se enquadram nos critérios de seleção e benefícios duplicados a bolsistas. Os auditores do TCU encontraram ainda falhas no controle da frequência dos alunos, ausência de procedimentos padronizados e falta de planejamento das ações.

De acordo com Francischini, o governo federal precisa traçar um plano de enfrentamento de combate às drogas e investir em campanhas esclarecedoras sobre os males dessas substâncias. O tucano também acredita que a presidente Dilma precisa adotar experiências que deram certo nos estados e municípios e liberar mais recursos para a recuperação de dependentes químicos. “As drogas estão devastando a nossa juventude”, lamentou.

O Unicef também faz um apelo para que o governo brasileiro invista na criação de programas de saúde, educação e segurança voltados especialmente para adolescentes. Pelos dados da ONU, o Brasil tem 33 milhões de pessoas com idade entre 10 a 19 anos.  “A situação dos adolescentes no Brasil demonstra que atualmente as oportunidades para sua inserção social e produtiva ainda são insuficientes, tornando-os o grupo etário mais vulnerável”, afirma o relatório da Unicef.

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(Reportagem:Artur Filho/Fotos: Eduardo Lacerda e Agência Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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1 março, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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