Omissão sem fim


Dilma é responsável por apagões e pelo aparelhamento do setor elétrico, condenam tucanos

Os deputados Antonio Imbassahy (BA) e Rui Palmeira (AL) criticaram nesta segunda-feira (7) os sucessivos problemas no setor elétrico. Além dos constantes apagões, como o ocorrido na madrugada da última sexta-feira (4), que têm deixado milhões de pessoas no escuro, os tucanos também condenaram o loteamento de cargos, o aparelhamento político e as denúncias que rondam essa área estratégica para o país. Na avaliação dos parlamentares do PSDB, as falhas também remetem ao nome da presidente da República e ex-ministra de Minas e Energia no governo Lula, Dilma Rousseff.

Em novembro de 2009, um apagão deixou 88 milhões de pessoas de 18 estados às escuras. O incidente rendeu uma multa a Furnas de R$ 53,7 milhões até hoje não paga. O blecaute ocorria duas semanas depois da seguinte declaração da então ministra-chefe da Casa Civil: “Temos uma certeza: não vai ter apagão. É que nós voltamos a fazer planejamento”. “A presidente mostra que estava no mínimo mal informada porque os problemas no setor elétrico são constantes. No meu estado, em Alagoas, existem problemas crônicos, algumas regiões têm apagões diários”, destacou Rui Palmeira.

No ano passado ocorreram seguidas interrupções no Rio de Janeiro. Além disso, as indústrias da Zona Franca de Manaus vivem um martírio com apagões diários. Na última sexta-feira (4) o problema se repetiu. Outro apagão deixou sem energia oito estados do Nordeste e afetou cerca de 46 milhões de pessoas. O blecaute causou vários transtornos como falta de água e princípio de rebelião em um presídio, além de afetar os serviços em delegacias e hospitais.

De acordo com os tucanos, o modelo elétrico do país foi imposto pela petista quando comandava a pasta de Minas e Energia em 2004. “Dilma está há um tempo enorme à frente do setor elétrico nacional, então a responsabilidade dela nessa área é direta” afirmou Imbassahy. “A hoje presidenta foi responsável direta pelo setor elétrico do país, então ela tem a sua responsabilidade”, completou Rui Palmeira.

Aparelhamento político

Os deputados do PSDB reprovaram ainda o loteamento de cargos públicos e os casos de corrupção que rondam o setor. Para Imbassahy, o governo gasta um tempo enorme com o loteamento de cargos entre partidos da base aliada. Conhecido como “o homem da Dilma”, o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobrás, Valter Cardeal, é o braço-direito da petista no setor elétrico há 20 anos. Segundo denúncia da revista “Época” em outubro, o diretor está por trás do esquema em que a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), subsidiária da Eletrobrás, foi usada para concessão de garantias de empréstimo externo para empresas privadas participarem do programa de energias alternativas de forma fraudulenta.

“As consequências são essas que a gente está vendo aí. O setor elétrico tem que ser passado a limpo para que não venha acontecer com esse segmento tão importante e bem conceituado o que aconteceu com a Empresa de Correios e Telégrafos, que foi submetida a um aparelhamento severo”, ressaltou o deputado baiano.

Já Rui Palmeira lembrou que a área deveria ser composta por profissionais com perfil técnico. “Nós estamos vendo de forma acintosa a base aliada se digladiando por cargos nesse setor. Pessoas que não tem a qualificação técnica necessária são indicadas por questões meramente políticas. Enquanto isso os apagões continuam”, avaliou o parlamentar.

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(Reportagem: Alessandra Galvão/Áudio: Elyvio Blower)

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7 fevereiro, 2011 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Omissão sem fim”

  1. Antônio Carlos de Araújo disse:

    Antonio Imbassahy e Rui Palmeira,
    Ou se moraliza o setor ou vamos ter repetidas cenas de apagões durante este ano. Se houver tentativa de crescimento industrial além das taxas tradicionais de 3,5% a 4% podemos nos preparar pra muitos desassossego com este problema, pois no Governo este setor é tratado como um departamento da CUT pelos petistas de plantão que estão aparelhando a ANEEL, ONS, SIN, MME, e outros importantes segmentos do setor.

    Uma coisa é certa: Manutenção das Linhas de transmissão e Subestações da Rede Básica é de fundamental importância pra manter o sistema em ordem quanto ao seu dia a dia. Para crescer economicamente é preciso investimentos vultosos e bem planejados na Geração e Transmissão. E isto que tem sido feito é muito pouco.

    Este black-out que acabou de acontecer em São Paulo é só a ponta de um gigantesco iceberg que ainda vai mostrar muita fragilidade do SIN, ao contrário do afirma do Ministro Edson Apagão Lobão.

    Abraços.

    Antônio Carlos de Araújo

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