Presenças inaceitáveis


Para deputado, Lula errou ao convidar “baderneiros” para cerimônia oficial no Planalto

O deputado Wandenkolk Gonçalves (PA) reprovou nesta quinta-feira (16) a atitude do presidente Lula de chamar para evento oficial no Palácio do Planalto sindicalistas acusados de comandar a agressão contra José Serra durante a disputa eleitoral pela Presidência da República. De acordo com reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, José Ribamar Lima e Sandro Cezar, conhecido como “Sandro Mata-Mosquito”, participaram da solenidade como convidados oficiais e “representantes dos movimentos sociais”.

Os militantes petistas foram apontados como organizadores de um protesto contra o presidenciável tucano, ato que acabou em tumulto e pancadaria no Rio de Janeiro. Na confusão, Serra foi atingido por um objeto. Promovido para que o presidente fizesse um balanço da sua gestão, o evento do governo contou com a presença de ministros e ex-ministros como José Dirceu, réu no processo do “mensalão” no Supremo Tribunal Federal (STF).

Wandenkolk considerou o fato inaceitável e uma prova da ação articulada contra o presidenciável do PSDB. “O presidente deveria era punir esses bagunceiros que atentaram contra José Serra, mas faz o contrário. Esse é o Lula conhecido por todo o país: o que premia baderneiros”, condenou o parlamentar.

O tucano classificou ainda de “irresponsável” a atitude do petista. “O presidente está terminando o seu governo da mesma forma que começou: dando credibilidade a baderneiros, assim como fez também com os mensaleiros e pessoas que ele chamava de aloprados, mas que depois os indicou como ministro, como é o caso do senador Aloizio Mercadante”, criticou, ao se referir ao futuro chefe da pasta de Ciência e Tecnologia na gestão de Dilma Rousseff.

“Aloprados” foi a denominação dada pelo próprio presidente aos militantes do PT flagrados tentando comprar um dossiê contra tucanos na disputa eleitoral de 2006. Entre eles, estava um assessor do senador petista. José Serra, então candidato pelo PSDB ao governo de São Paulo, era o alvo principal do grupo.

Desde então, nenhum dos envolvidos foi denunciado perante a Justiça e tampouco foi descoberta a origem da montanha de dinheiro apreendida em hotel de São Paulo. Com os aloprados a Polícia Federal encontrou R$ 1,75 milhão em dinheiro vivo na madrugada de 15 de setembro de 2006.

“O presidente sabe muito bem quem são essas pessoas. A máscara cai na hora que ele faz esse convite a um grupo abominado pela sociedade brasileira”, resumiu Wandenkolk.

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(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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16 dezembro, 2010 Últimas notícias Sem commentários »

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