Risco de calote
Paulo Abi-Ackel defende suspensão de voos de empresa envolvida em escândalo na Casa Civil
Segundo reportagem do jornal “Estado de S. Paulo”, essa solicitação pode ser o primeiro passo para que a MTA consiga retirar as aeronaves do país e deixar dívidas e multas no contrato com a estatal, que vem sendo descumprido desde o final de setembro.
Para o tucano, a autorização pode abrir a possibilidade de a empresa provocar um prejuízo ainda maior aos cofres públicos. “Espero que as autoridades, a agência reguladora e a Polícia Federal possam pedir judicialmente a proteção do bem público por meio de medidas que impeçam a saída dessas aeronaves do Brasil”, cobrou Paulo Abi-Ackel.
A MTA perdeu na Justiça o contrato de R$ 44,9 milhões com a estatal e desde 27 de setembro não está operando grande parte das linhas de transporte de carga aérea postal, o que tem rendido multas diárias à companhia. A empresa alega não ter dinheiro sequer para combustível e caminha para fechar as portas. O peruano Orestes Romero, que dirigia a companhia no Brasil, foi para o exterior desde o início da crise e não voltou mais. Para manter as entregas, a estatal brasileira é obrigada a comprar, a preços mais altos, espaço em aeronaves de concorrentes mediante pregões diários.
Segundo a Anac, o pedido da MTA será levado para as autoridades americanas, que decidirão a respeito da autorização. Oficialmente, a empresa tem o aval para fazer dois voos regulares de ida e volta para Miami por semana, com datas e plano de voo determinados para retorno.
A companhia aérea é acusada de obter contratos com os Correios por meio da intermediação ilegal de uma empresa dos filhos da ex-ministra. A polícia também investiga se os donos da MTA são “laranjas” do argentino Alfonso Rey, que vive em Miami. A legislação brasileira impede que estrangeiros controlem empresas aéreas.
Na avaliação de Abi-Ackel, a situação provoca insegurança no setor e revela que outros casos como este podem ter ocorrido no Palácio do Planalto. “Isso é apenas a ponta de um iceberg. Provavelmente muitos outros lobbies e tráficos de influência estavam sendo feitos no ambiente governamental, o que é muito grave”, disse o tucano. (Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)
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