Defesa Nacional


Projetos estratégicos do Exército recebem apoio em comissão presidida pelo PSDB

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O comandante fez um apelo aos parlamentares por mais recursos para os projetos da Força e por melhor remuneração dos militares.

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara (CREDN) realizou audiência pública com o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, encerrando o ciclo de debates sobre as prioridades das Forças Armadas.

Diante das demandas apresentadas, que, no geral, dizem respeito à necessidade de mais recursos para executar projetos estratégicos e melhorar a remuneração do quadro de pessoal, a presidente da CREDN, deputada Bruna Furlan (SP), destacou o apoio da comissão às forças. Logo após o debate, o colegiado aprovou emendas à Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO 2018) destinando mais recursos para a Defesa Nacional. O 1o vice-presidente, deputado Pedro Vilela (AL), acompanhou a reunião.

“Uma delas contempla um dos principais projetos da força terrestre, que é a aquisição dos blindados Guarani. Essa comissão sempre apoiou e sempre apoiará os projetos estratégicos do Exército brasileiro. Nesse sentido, apresentamos emendas todos os anos para garantir os recursos para execução e ampliação desses projetos”, afirmou Bruna.

Bruna exaltou o papel do Exército e demais forças na cooperação internacional, no desenvolvimento econômico do país e como promotores de ações sociais nas localidades mais remotas do Brasil. “Trata-se de um extraordinário trabalho prestado à nação”.

De acordo com a deputada, os programas de modernização e reaparelhamento das Forças Armadas são necessários à proteção das fronteiras e ao progresso tecnológico no setor produtivo.

O comandante do Exército esclareceu as necessidades da Força fez um apelo aos parlamentares por mais recursos para os projetos e por melhor remuneração dos militares. Segundo ele, há uma discussão sobre a necessidade de mais verbas para a Defesa Nacional, pois não há uma percepção de ameaça à soberania do país. Porém, conforme explicou, o papel das Forças Armadas é crucial para o controle da violência urbana e a oferta de serviços essenciais em regiões mais isoladas.

“Temos 17 mil km de fronteiras e três vizinhos produtores de coca. Estima-se que 80% da violência seja em decorrência do tráfico de drogas”, apontou. O comandante destacou a necessidade anual de recursos na ordem de R$ 1,9 bilhão, em média, para que os projetos estratégicos sejam executados. Atualmente há disponível por ano pouco mais de R$ 700 milhões.

Com isso, o Projeto Guarani, de aquisição de viaturas blindadas sobre rodas, que estava previsto para ser concluído em 2030, só deve ser finalizado em 2040. Já o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que seria implementado até 2021, só deve estar concluído em 2035. Até lá, as tecnologias que estão em aquisição estarão obsoletas. O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) demonstrou preocupação. “Não adianta ter bons armamentos. Se não tem tecnologia, se torna uma força refém”, alertou.

AMAZÔNIA E INTEGRAÇÃO NACIONAL
O deputado Bonifácio de Andrada (MG) alertou que grande parte do território brasileiro ainda é despovoado. Diante dos problemas dessa não interiorização, especialmente da região amazônica, o parlamentar destacou que o Exército tem papel fundamental. O comandante ressaltou que as Forças Armadas são a única presença do Estado em lugares não integrados, como em comunidades indígenas. Além disso, a força terrestre é responsável por levar água a regiões de seca, realizar campanhas de vacinação, garantir a lei e a ordem em eventos de grande porte e várias outras funções.

Villas Bôas lamentou que o Brasil não tenha um órgão para cuidar da Amazônia e disse que as populações indígenas estão abandonadas e as reservas de minério sendo neutralizadas.

Bonifácio sugeriu que o Exército volte a realizar os chamados tiros militares (tiros de guerra) em grande escala, dando oportunidade a mais jovens brasileiros ingressarem temporariamente nas Forças Armadas. “Os tiros reúnem pessoas de camadas populares para participar de trabalhos planejados pelo Exército. A importância disso, sobretudo em regiões de fronteira, é estratégica, assim como em regiões menos povoadas”

MARCA TUCANA
A atuação da deputada Bruna Furlan no comando da CREDN foi elogiada pelo comandante do Exército. Segundo ele, a jovem parlamentar tem demonstrado compreender que a Defesa Nacional é um assunto de Estado. O trabalho do Itamaraty, sob o comando do ex-ministro José Serra e agora do ministro Aloysio Nunes Ferreira, também foi enaltecido por Villas Bôas. A diplomacia brasileira, segundo ele, tem buscado integração total com a Defesa, resultando em bons frutos, o que não vinha acontecendo antes.

(Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)

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5 julho, 2017 Últimas notícias Sem commentários »

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