Risco para economia

Desindustrialização do país é fruto da política falha da gestão Lula, alertam tucanos

Os deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP) e Duarte Nogueira (SP) alertaram nesta quarta-feira (24) para os riscos da desindustrialização do país. Os tucanos criticaram a política industrial da gestão Lula que deve fechar o ano sem cumprir as principais metas. Segundo reportagem do “O Estado de S.Paulo”, em vez dos 21% do Produto Interno Bruto (PIB) estabelecidos pela principal meta da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), a taxa de investimento fixo na economia deverá fechar 2010 perto de 19% do PIB. A elevação do gasto privado com pesquisa em desenvolvimento, que a segunda meta fixava em 0,65% do PIB, deve se manter em 0,5%.

Para Mendes Thame, as grandes transformações na economia brasileira ocorreram durante o governo Fernando Henrique Cardoso e a gestãoLula não realizou nenhuma inovação. “Hoje o país precisa de um novo salto de qualidade que o PT não está conseguindo dar. A prova é que todas aquelas metas de fortalecimento da economia estabelecidas em 2008 não foram cumpridas”, declarou o deputado ao referir-se ao plano traçado pelo Planalto durante a crise mundial, desencadeada pouco depois do lançamento da atual política industrial.

Outro objetivo da PDP, o aumento de 10% no número de micro e pequenas empresas exportadoras, foi prejudicado pelo câmbio desfavorável. Em 2009, houve queda de 4%. A quarta meta, a de elevar a participação das exportações brasileiras a 1,25% do total mundial, ainda não foi alcançada. A fatia do Brasil nas exportações mundiais pode chegar a 1,35%, mas puxada por produtos primários, que tomaram a liderança dos manufaturados na pauta. Mesmo com a previsão de crescimento de 27% das exportações este ano, a conta deve fechar abaixo do nível de US$ 208 bilhões projetados pela PDP em 2008.

Duarte Nogueira afirmou que não existe uma política industrial definida no país. Segundo ele, a “fraqueza” da diplomacia brasileira é uma das responsáveis pelo problema. “Nós estamos assistindo a uma desindustrialização, fruto do aumento das importações em prejuízo das exportações e da geração de empregos no território nacional. A indústria nacional se sente frágil diante da inoperância do governo em adquirir mais robustez nas medidas necessárias para fomentar o setor”, avaliou.

Na avaliação de Mendes Thame, o câmbio e os altos impostos têm um impacto “perverso” sobre a indústria brasileira. “Não conseguimos exportar e a importação de produtos estrangeiros é intensificada. Acabamos importando produtos finais desnecessários que temos condições de produzir aqui no país”, afirmou.

(Reportagem: Alessandra Galvão e Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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