Falta de comando
Silvio Torres: medidas contra colapso no sistema aéreo já deveriam ter sido adotadas
Devido ao grande movimento previsto neste final de ano nos aeroportos de todo o país, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) promoveu reunião de urgência nesta segunda-feira (22) para tentar evitar atrasos e cancelamentos de voos. Na avaliação do deputado Silvio Torres (SP), o encontro é positivo, mas as providências já deveriam ter sido tomadas. Segundo o tucano, o sistema aéreo vive um pré-caos e faltou um planejamento de ações com maior antecedência.
“O lamentável é que tudo não tenha sido estudado antes, pois houve tempo para preparar esse ambiente de fim de ano. Já se sabia que grande parte dos aeroportos brasileiros não estavam suportando sequer o movimento diário, aquele de rotina”, destacou Torres.
As maiores preocupações da Anac em relação ao sistema aéreo nas férias deste fim de ano são em torno da combinação de três fatores principais: a influência em massa de passageiros estreantes vindos da nova classe média, a venda de passagens acima da capacidade das companhias e o despreparo dos aeroportos para receber usuários que desconhecem os procedimentos de embarque. Além disso, a emissão de bilhetes para voos extras ainda não autorizados também pode causar transtornos.
De acordo com o deputado, o maior problema é que o governo federal e a Anac não têm controle e comando sobre o setor. “Parece que não existe uma autoridade maior, pois deixam que as coisas comecem a se complicar para só então tomar providências. Esperamos que essas medidas sejam suficientes para evitar um novo caos no sistema aéreo em mais um final de ano”, criticou.
Após a reunião com representantes das seis maiores companhias aéreas do país, a presidente da Anac, Solange Vieira, afirmou que as empresas devem entregar planos de contingência neste período, inclusive para evitar problemas decorrentes de uma possível paralisação de funcionários. Dentre outras medidas divulgadas pela agência, as companhias terão que disponibilizar aviões reservas e não poderão fazer overbooking (vender passagens em número maior do que a capacidade da aeronave). As empresas também serão incentivadas a providenciar assentos nas concorrentes para evitar que os passageiros sejam prejudicados no caso de problemas com seus voos.
Empresa não garante embarque em casos de atrasos e cancelamentos
→ Segundo reportagem da “Agência Estado”, o diretor de relações institucionais da Gol, Alberto Fajerman, afirmou que, apesar de as companhias aéreas terem se comprometido a endossar bilhetes das concorrentes em caso de atrasos e cancelamentos, não é possível garantir que todos os passageiros serão realocados em caso de necessidade no fim do ano.
→ “A realocação vai ocorrer quando um avião não conseguir decolar e houver outro decolando no mesmo momento. Mas não dá para garantir que haverá lugar nos voos que estão saindo”, disse Fajerman em coletiva após a reunião convocada pela Anac.
(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda/ Aúdio: Elyvio Blower)
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