Privilégio inaceitável


Projeto que concede horário para sindicatos no rádio e na TV é um retrocesso, avalia Semeghini

O deputado Julio Semeghini (SP) classificou nesta sexta-feira (19) de retrocesso a aprovação, pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço da Câmara, do projeto de lei que assegura às centrais sindicais 10 minutos semanais de transmissão gratuita em emissoras de rádio e televisão. O tucano defendeu um debate profundo sobre o tema, que ainda será analisado por pelo menos mais duas comissões da Casa: a de Ciência e Tecnologia e a de Constituição e Justiça.

O parlamentar explica que a necessidade do espaço para os sindicatos também não está clara. Pela proposta, os programas produzidos pelas centrais deverão ser transmitidos entre 6h e 22h das terças-feiras. Conforme o texto aprovado, as “atrações” vão ao ar em bloco ou por meio de inserções de 30 segundos a um minuto no intervalo da programação normal das emissoras.

Aprovado na reunião da última quarta-feira (17), o projeto inclui a regra no Código Brasileiro de Telecomunicacões (Lei 4.117/62), que regulamenta as obrigações das radiodifusoras. O texto não determina valores e nem de que forma as empresas do setor serão reembolsadas, mas estabelece “uma compensação fiscal” pela cessão do horário gratuito.

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“Não acredito que seja necessário esse horário para os sindicatos. Se concedermos esse tempo a essas instituições, vamos ter que ceder também para outras entidades e associações”, destacou Semeghini. “Estamos flexibilizando a ‘Voz do Brasil’ para que não seja mais obrigatória a transmissão naquele horário e, no mesmo momento desse avanço, estamos regredindo fazendo uma aprovação desse tipo”, condenou.

A proposta prevê que o horário reservado deve ter finalidade exclusiva de discutir matérias de interesse de seus representados, de transmitir mensagens sobre a atuação da associação sindical, além de divulgar a posição das entidades de classe em relação a temas político-comunitários.

“É algo que precisa ser debatido muito com a sociedade e com os radiodifusores para saber a necessidade e conhecer o impacto dos custos dessa aprovação. Acredito que esse debate será muito intenso na Comissão de Ciência e Tecnologia e lá nós não permitiremos a aprovação sem que haja esse amplo debate”, avisou.

O texto aprovado na comissão é o substitutivo do deputado Roberto Santiago (PV-SP) ao Projeto de Lei 6257/09, do deputado Vicentinho (PT-SP), que tramita apensado ao projeto principal (PL 6104/09), da deputada Manuela D`ávila (PCdoB-RS). (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda /Áudio:  Elyvio Blower)

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19 novembro, 2010 Últimas notícias 4 Commentários »

4 respostas para “Privilégio inaceitável”

  1. Sizuo Matsuoka disse:

    É realmente um absurdo essa lei. Os sindicatos já arrecadam muito por conta do desconto obrigatório que é também uma excrecência, razão porque a disputa pelo domínio dos sindicatos chega ao nível de banditismo. Eles podem muito bem pagar qualquer propaganda na mídia.

  2. Jorge Pegolo disse:

    Somos ou não um pais sindicalista ? Eis a questão. Eles avançarão ainda mais sobre o Estado (nação). Vão criar mais cargos de confiança, alojarão mais “cumpanhero” com altos salarios (subsidio ou estipendio), dominarão a midia em todos os níveis, doutrinarão o povo da forma que lhes convier, permanecerão no “puder” enquanto puder e quiser, desorganizarão administrativamente ainda mais o Estado, porque isto agrada tanto aos fisiologicos , demagogos, chupins,sanguesugas e assemelhados. Quem se opor será taxadonacionalmente de inimigo do povo, da nação, do devenvolvimento, do bem estar coletivo. Vamos, cada qual no nível de ação politica, enfrentar a situação, o debate de ideias, o convencimento para assim estabelecer pontos de equilibrio politico, social, legal etc…etc….Aqui em Jales estamos firmes. Parabens Dep. Julio Semeghini. Continue debatendo.

  3. Paulo disse:

    Parabens Dep.semeghini

  4. Toninho Oliveira disse:

    Sou contra a aprovação desta Lei, pois os Sindicatos já teem força demais, já ganham muito e, não fazem o que realmente tem que ser feito, que é defender legalmente as suas Classes, alem de que, pelas estruturas que tem, podem muito bem pagar por suas propagandas, que muitas vezes são mais políticas do que tudo.

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