Ferramenta arcaica
Cadastro de pessoas desaparecidas é insuficiente, alerta Andreia Zito
Planalto precisa agir – “Esse banco criado é uma ferramenta arcaica, nada mais que uma maquiagem sobre um cadastro que já existia há mais de 10 anos e que registrou, em 2009, apenas 117 crianças e adolescentes desaparecidos no país inteiro. Ao mesmo tempo, as organizações sociais que lidam solitariamente com o problema já falavam em 40 mil desaparecimentos por ano. É uma disparidade muito grande”, apontou.
A criação do cadastro ocorreu, inclusive, por insistência da CPI, que cobrou das autoridades do governo um controle maior dos desaparecidos. Mas o banco de dados ficou bem aquém das expectativas, segundo Andreia. “O cadastro será alimentado pelo Sistema de Informação das Secretarias de Segurança Pública dos Estados, o Infoseg, que dizem funcionar on line. Mas vivemos num país em que muitas delegacias não possuem sequer computadores, onde os boletins são feitos ainda em máquinas de escrever”, alertou.
A tucana, mais uma vez, cobrou do Planalto um tratamento desse problema com mais altivez e seriedade. Andreia Zito lamentou que no Brasil o banco de dados destinado a localizar veículos roubados seja mais eficiente que um destinado a vidas humanas. “O tratamento que o tema pessoas desaparecidas’ tem recebido neste país é vergonhoso. A polícia está despreparada para lidar com o assunto, não há capacitação profissional, não há delegacias especializadas, não há estratégia de busca. Não há nada”, finalizou. (Reportagem: Rafael Secunho/Foto: Eduardo Lacerda)
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