Cúmplice da barbárie


Deputados cobram do governo posicionamento a favor da democracia na Venezuela

10578972225_2030ca5608_hDeputados do PSDB criticaram a presidente Dilma por ter vetado o envio de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) a Caracas. O objetivo seria analisar o que ocorre no país.  Conforme relatou o líder tucano, Antonio Imbassahy (BA), a crise na Venezuela já tem causado calotes a empresas brasileiras que atuam lá, na casa dos 2 bilhões de dólares.

Segundo o tucano, a petroleira venezuelana PDVSA abandonou o compromisso com a Petrobras em construir a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujas obras estão seis anos atrasadas. Ele cita vídeo que circula na internet em que uma garota venezuelana conta detalhes do caos vivido naquele país. “Foi o único meio que os venezuelanos acharam para burlar o controle do governo Maduro sobre as informações e mostrar ao mundo por que protestam e o que está acontecendo no país. Nele, a presidente Dilma é citada negativamente”, afirmou.

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O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) condenou a posição da presidente e disse ser notória a violência na Venezuela. “Uma pré-guerra civil. O que está acontecendo hoje na Venezuela é a repressão do governo às manifestações de rua legítimas, como no Brasil sempre existiu. Mesmo no período da ditadura, no Brasil, não havia tanta rigidez, tanta repressão como está tendo hoje na Venezuela”, lamentou. 

Na sexta-feira (7), o Itamaraty informou que o governo brasileiro votou contra a ida dos observadores e também se opôs à realização de uma reunião de chanceleres dos países que compõem a OEA para tratar especificamente da situação venezuelana, informou o jornal “O Globo”.

Hauly criticou a decisão. “Lamentamos a falta de posição democrática e republicana do governo do Brasil, da presidente Dilma e do ministério das Relações Exteriores. Nós estamos estarrecidos com a falta de posicionamento em defesa da liberdade de expressão, de ir e vir, dos princípios básicos que norteiam as nações democráticas do mundo. O governo do Brasil está se aliando e compactuando com a ditadura da Venezuela”, condenou. 

O deputado Duarte Nogueira (SP), presidente do PSDB-SP e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, ressaltou que o governo brasileiro foi contra a intervenção humanitária por manter estreita relação com a ditadura chavista. “Independente da ideologia política, vidas estão sendo sacrificadas na Venezuela. É preciso acompanhar e garantir o livre direto dos cidadãos de se manifestarem. Se a população foi às ruas, é porque alguma coisa está errada no país”, destacou.

Crise na pauta da CREDN

O presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), deputado Eduardo Barbosa (MG), afirmou que a crise na Venezuela e as relações do Brasil com Cuba – financiamento para a construção do Porto de Mariel e Programa Mais Médicos – estarão na pauta do colegiado. Ele cobrou clareza por parte do Brasil em relação às denúncias de violação dos direitos humanos no país vizinho. “O que temos na Venezuela transcende o interno, pois já compromete as liberdades e reflete em toda a América Latina. Devemos nos questionar se é este o modelo que queremos para a nossa região”, avaliou.

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola / Áudio: Hélio Ricardo)

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10 março, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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