Endividamento da União


Tucanos desconfiam da capacidade do próximo governo de reduzir a dívida pública

Deputados do PSDB não acreditam na promessa da presidente eleita, Dilma Rousseff, de reduzir a dívida pública e os juros a pagar pelo endividamento da União. Os tucanos também concordam com o editorial do jornal “O Estado de S. Paulo”, publicado nesta quinta-feira (18),  que diz ser difícil imaginar como Dilma produzirá este “milagre”. Dados publicados pelo Banco Central referentes às contas públicas dos primeiros meses deste ano revelam que os juros pagos pelo governo federal somaram R$105,60 bilhões, enquanto o superávit primário (recursos usados para pagamento dos juros da dívida) é de apenas R$ 54,835 bilhões.

Para o deputado Duarte Nogueira (SP), a única sinalização na área econômica feita por Dilma até o momento foi de aumento na arrecadação por meio da volta da CPMF. “Estão tentando fazer a correção da casa começando pelo telhado com  aumento de impostos e não pelo alicerce que seria feito com o corte das despesas”, ponderou o tucano.  O parlamentar afirma que dificilmente a presidente eleita vai conseguir reduzir a dívida pública se não houver contenção de gastos. “Se ela não cortar gastos desnecessários, diminuir os cargos em comissão, reduzir o peso da máquina pública e torná-la mais eficiente e menos perdulária, não há equação que faça com que os juros venham a cair”, ressalta.

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Já o deputado José Aníbal (SP) espera que  Dilma seja verdadeira quanto ao pagamento das contas públicas. “Eu espero que essa afirmação da presidente eleita não seja uma manifestação voluntarista, criando uma expectativa falsa sobre o que efetivamente vai acontecer”, disse.

Aníbal ressaltou que a promessa se tornará improvável se não for real. José Aníbal se refere a maquiagem feita pelo atual governo sobre a capitalização da Petrobras. “É uma contabilidade que começa a ficar sob suspeição. Por isso, é natural que se tenha uma atitude de cautela”, afirmou.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) também espera que a nova presidente seja corajosa e patriota, diferente do presidente Lula que, segundo o tucano, defendeu o interesse do capital estrangeiro. “O presidente Lula fez uma política entreguista. Colocou nas mãos dos banqueiros internacionais boa parte da riqueza brasileira”, acusou.  Hauly também lembrou que nos últimos oito anos o atual governo pagou taxas de juros de 10,75% ao ano, enquanto o Brasil recebe menos de 1% da reserva cambial em Nova York.

Reforma da Previdência

→ Segundo o editoral do jornal paulista, o próximo governo precisará examinar com “realismo a política de endividamento do setor público”. O texto também defende uma reforma na Previdência Social. “Não há dúvida de que uma reforma, das mais urgentes, seria da política do INSS, uma vez que esse organismo tem um déficit primário, e não um superávit”.

→ Além disso, o texto também pede redução nas despesas com a máquina pública. “Caberia reduzir as despesas de custeio no financiamento de investimentos, para os quais podemos obter recursos externos mais baratos. São reformas prioritárias para melhorar a posição do Brasil no mundo”, defende o “Estado de S.Paulo”.

(Reportagem: Artur Filho/Fotos: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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18 novembro, 2010 Últimas notícias Sem commentários »

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