Indústria perde fôlego


Para Fruet, desindustrialização pode gerar alto custo social para o país

O líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), afirmou nesta quarta-feira (17) que se instalou um processo negativo de desindustrialização no país capaz de gerar grandes efeitos econômicos e sociais nos próximos anos. Segundo o tucano, o sinal amarelo está aceso. O mesmo alerta foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em documento reservado que circula entre a equipe econômica do governo federal. O jornal “Valor Econômico” teve acesso ao texto e produziu reportagem sobre o tema avaliado pelo parlamentar como “preocupante”.

Segundo o deputado, o relatório representa a constatação do ministério sobre os erros do próprio governo. “O reflexo disso é o saldo negativo na balança, a dependência do Brasil de mercados e a necessidade de valorização cambial. São bombas de efeito retardado que estão sendo armadas e  a qualquer momento podem se desarmar e gerar um considerável custo social para o país”, alertou Fruet. O líder lembrou que o governo Lula sempre negou que o setor industrial estivesse perdendo fôlego, inclusive durante a campanha presidencial, quando desqualificou os alertas feitos pela oposição.

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Uma das características do processo de desindustrialização é o crescimento das exportações de produtos primários sem que haja a expansão de vendas externas de produtos industrializados. Enquanto o Brasil exporta cada vez mais commodities como ferro e soja do que importa, o comércio de produtos manufaturados vive o inverso. Passou de um superávit em favor do país de US$ 4 bilhões em 1992 para um déficit de US$ 9,8 bilhões em 2007.  Essa diferença negativa subiu para US$ 30,5 bilhões só no primeiro semestre de 2010.

Segundo o levantamento do ministério, ao contrário das exportações, as importações aumentaram, nos últimos três anos,  acima do ritmo de crescimento da economia, ameaçando o saldo comercial. Vários setores que antes atingiam superávits anuais já registram ou devem registrar, até o fim do ano, queda. É o caso dos têxtis, confecções, móveis, veículos automotores e equipamentos de transportes.

Para reverter a situação atual, o MDIC propõe o incentivo às exportações com “medidas estruturantes”. Entre as ações sugeridas estão a redução de tributos sobre exportadores, a simplificação de procedimentos burocráticos e políticas de incentivo à desvalorização do real. Já as intenções do Ministério da Fazenda são opostas. A pasta defende medidas de controle das importações. Segundo Fruet, o governo se contradiz e não consegue resolver o problema. “Essa é uma das contradições que o próximo governo vai ter que enfrentar”, destacou o tucano.

O documento produzido pelo MDIC afirma ainda que é “fator de preocupação e sinal de alerta” a influência da balança comercial no aumento do saldo negativo nas contas externas, que torna o Brasil cada vez mais dependente de investimentos especulativos. A pasta sugere ao governo criar uma “diretriz” para elevar o saldo comercial em torno de 9% das exportações. “O próprio ministério reconhece que a  situação é preocupante”, destaca Fruet.

A sugestão feita pelo ministério é para que a fixação, pelo governo, de um “nível mínimo” considerado aceitável para a relação entre saldo comercial e exportações, além do apoio a exportadores para garantir esse resultado. No primeiro semestre, essa relação superávit/exportações ficou em 8,8%, para um saldo de US$ 7,9 bilhões. Para eliminar a necessidade de cobrir as contas externas com investimentos em carteira (ações e títulos) do exterior, seria necessário que o superávit no período tivesse sido de US$ 19,5 bilhões, desempenho considerado “inexequível” pelo próprio MDIC. (Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

Fruet alerta para ‘sinal amarelo’ da desindustrialização no país

O deputado Gustavo fruet (PR) afirmou nesta quarta-feira (17) que se instalou um processo negativo de desindustrialização no país que pode gerar grandes efeitos econômicos e sociais nos próximos anos. Segundo o tucano, o sinal amarelo está aceso. O mesmo alerta é feito pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em documento reservado que circula entre a equipe econômica do governo. O jornal Valor Econômico teve acesso ao texto e produziu reportagem sobre o tema avaliado por Fruet como preocupante. Segundo o parlamentar, o documento representa uma constatação do ministério sobre os erros do próprio governo.

Realmente está se acentuando um processo de desindustrialização e o reflexo disso é o saldo na balança, a dependência do Brasil de mercados e a necessidade de valorização cambial. Ou seja são bombas de efeito retardado, bombas relógio que estão sendo armadas e que a qualquer momento podem se desarmar e gerar um considerável custo social para o país”, alertou Fruet ao lembrar que o goveno Lula sempre negou que o setor industrial estivesse perdendo fôlego, inclusive durante a campanha presidencial quando desqualificou os alertas feitos pela oposição.

O documento produzido pelo MDIC afirma que é “fator de preocupação e sinal de alerta” a influência da balança comercial no aumento do saldo negativo nas contas externas, que torna o Brasil cada vez mais dependente de investimentos especulativos. Ele sugere ao governo criar uma “diretriz” para elevar o saldo comercial, em torno de 9% das exportações. “O próprio ministério reconhece que a situação é preocupante”, destaca Fruet. A sugestão feita pelo ministério é para que a fixação, pelo governo, de um “nível mínimo” considerado aceitável para a relação entre saldo comercial e exportações, e o apoio a exportadores para garantir esse resultado.

No primeiro semestre, essa relação superávit/exportações ficou em 8,8%, para um saldo de US$ 7,9 bilhões. Para eliminar a necessidade de cobrir as contas externas com investimentos em carteira (ações e títulos) do exterior, seria necessário que o superávit no período tivesse sido de US$ 19,5 bilhões, desempenho considerado “inexequível” pelo próprio ministério.

O processo de desindustrialização é caracterizado pelo crescimento das exportações de produtos primários não acompanhado pelo crescimento dos produtos industrializados. Enquanto o Brasil exporta cada vez mais commodities do que importa, o comércio de produtos manufaturados vive o inverso, e passou, de um superávit em favor do país de US$ 4 bilhões em 1992, para um déficit de US$ 9,8 bilhões em 2007 – valor que subiu para US$ 30,5 bilhões só no primeiro semestre de 2010. O ministério prevê um “déficit histórico”, até o fim do ano.

Ao contrário das exportações, as importações aumentaram, nos últimos três anos, acima do ritmo de crescimento da economia, ameaçando o saldo comercial, e os investimentos diretos já não são suficientes para cobrir as necessidade de financiamento do déficit nas contas externas totais. Vários setores, que antes registravam superávits anuais já registram ou devem registrar, até o fim do ano, déficit. É o caso dos têxtis, confecções, móveis, veículos automotores e equipamentos de transportes.

Segundo Fruet, o governo se contradiz e não consegue resolver o problema. Para reverter a situação atual, o Ministério do Desenvolvimento propõe o incentivo às exportações com “medidas estruturantes” – como redução de tributos sobre exportadores, simplificação de procedimentos burocráticos e políticas de incentivo à desvalorização do real. Já as intenções do Ministério da Fazenda são opostas. A pasta defende medidas de controle das importações. “Essa é uma das contradições que o próximo governo vai ter que enfrentar”, destacou o tucano. (Reportagem: Djan Moreno)

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17 novembro, 2010 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “Indústria perde fôlego”

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