Gestão temerária
Sucatear os Correios serve para beneficiar “amigos do rei”, condena Fruet
O deputado Gustavo Fruet (PR) lamentou nesta terça-feira (16) que o governo federal tenha se utilizado da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos (ECT) para favorecer empresas privadas e promover contratações de serviços sem licitação no valor total de R$ 5,4 milhões. O parlamentar se refere às reportagens divulgadas pela “Folha de S. Paulo” com denúncias sobre a má gestão na estatal.
Em entrevista ao jornal, o ex-diretor de Gestão de Pessoas dos Correios Pedro Bifano acusou o governo de ter suspendido investimentos e contratações de pessoal para forçar a abertura de capital da empresa e favorecer o setor privado. De acordo com o ex-diretor, havia uma ação deliberada do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa e do ex-presidente dos Correios Carlos Henrique Custódio para “sucatear” a estatal e torná-la “sócia” de empresas privadas.
O tucano repudiou a atitude e afirmou que essa ação beneficia somente as empresas que possuem algum tipo de ligação com familiares ou amigos de gestores do governo federal. “São práticas antigas desse governo e não resolvidas. Parece uma ação feita com o objetivo de beneficiar os amigos do rei. É a exposição de uma instituição tradicional e respeitada à má gestão”, condenou Fruet.
Apesar de ter R$ 4 bilhões em caixa, a estatal atravessa uma das piores crises de sua história, a ponto de beirar um apagão postal, com atrasos na entrega e sumiço de correspondências. O deputado apontou essas falhas como resultado de uma administração temerária. “Não é de hoje que os Correios vem sendo objeto de uma série de denúncias. Este fato surge como mais um dos esqueletos que ficaram guardados durante a eleição. É a maneira petista de privatizar o dinheiro público”, criticou o tucano.
Ainda de acordo com Bifano, uma das empresas favorecidas com a adoção do modelo de sociedade anônima foi a Total Linhas Aéreas, que faz transporte de cargas. A Total teve um contrato superfaturado em R$ 2,8 milhões assinado em agosto passado, segundo denúncia do jornal “O Estado de S.Paulo”.
Além dessa suspeita, como os contratos de quase 1.500 franquias venceriam em 10 de novembro, a ECT elaborou um plano de contingência para evitar o caos que previa a contratação de pessoal de forma temporária e aluguel de imóveis e carros para a entrega de correspondências. Mas em 14 de outubro, foi publicada a medida provisória que prorrogou os contratos das franqueadas por mais sete meses. De acordo com a MP, o plano de contingência deveria ter sido abortado, mas isso não aconteceu.
Ainda de acordo com a “Folha”, os contratos sem licitação são feitos pelas diretorias regionais, ocupadas em sua maioria por indicados políticos, mas com autorização da direção nacional. Nos estados do Acre, Ceará, Mato Grosso e Pará, foram autorizados a contratação emergencial de empresas fornecedoras de mão de obra temporária e o aluguel de imóveis para a instalação de agências, sob o pretexto de evitar um apagão postal. Neste ano, a diretoria no Pará contratou R$ 1,35 milhão com dispensa de licitação.
(Reportagem: Renata Guimarães/Foto: Eduardo Lacerda/ Áudio: Elyvio Blower)
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Por aqui no Pará sofremos a ineficiência postal graças a patifaria desse governo sem responsabilidade.
[…] “caótica” da estatal. O parlamentar também cobrou um posicionamento oficial sobre mais uma denúncia de corrupção na ECT. Use e […]
Sou funcionário e acompanho de perto o sucateamento da empresa. Alem disso, o sindicato da categoria ao inves de defender os interesses da Empresa e dos empregados, virou um braço do PT, chegando ao cúmulo de ir nas unidadespedir votos para o partido e fazer discurdo para o Lula.