Tragédia da má gestão
Falta de investimentos em infraestrutura no país trava crescimento econômico, destacam tucanos
A falta de investimentos em infraestrutura no país é preocupante, na avaliação dos deputados Vanderlei Macris (SP) e Luiz Nishimori (PR). Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em informações do Sistema de Administração Financeira (Siafi) revelou a baixa execução dos recursos liberados até maio deste ano para a área dos transportes. Do total de R$ 13,66 bilhões autorizados para estradas em 2012, apenas R$ 2,54 bilhões foram pagos até maio. Já no setor ferroviário, dos R$ 2,77 bilhões autorizados, só R$ 239,7 milhões foram usados, cerca de 8% do total. Para os tucanos, o desempenho pífio compromete o crescimento da economia.
“É uma tragédia da má gestão, principalmente do ponto de vista dos investimentos em infraestrutura. O país trava quando não há infraestrutura para garantir o crescimento econômico. É lamentável que isso esteja acontecendo”, declarou Macris nesta segunda-feira (11).
baixe aqui“Falta investimento. Esse negócio de prometer e não cumprir é um problema sério. Se isso não mudar o país não anda”, resumiu Nishimori.
Ao contrário de outros setores, o governo é o responsável direto pelos desembolsos na área de transportes. A ampliação desses aportes públicos tem sido defendida pelo Executivo como uma das principais ferramentas para estimular a economia, que ameaça frustrar o desempenho projetado para este ano. No entanto, aplicações de pelo menos R$ 400 bilhões esperam por decisões do Palácio do Planalto para deslanchar, conforme informou o “O Globo”.
Para Macris, a justificativa dos ministérios de que a presidente Dilma acompanha todos os assuntos, centraliza as decisões e, por isso, inviabiliza os projetos, não convence. “O governo Dilma não começou hoje e sim há mais de seis anos porque ela era a mãe do PAC e a maior responsável pela infraestrutura brasileira. Estamos diante de uma presidente eleita que já tinha o comando das ações de governo e hoje vemos que era muito mais discurso do que a prática e a verdadeira capacidade gerencial. Não há como se entusiasmar com essa incapacidade de investimentos”, reprovou.
O tucano manifestou preocupação com a execução dos projetos no setor de transportes diante da proximidade da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. “Estamos prestes a ter dois grandes eventos internacionais e não era razoável que tivéssemos a apresentação de um país com total dificuldades na área, principalmente nos transporte”, concluiu.
Empresas controladas pelo Tesouro Nacional, com a Petrobras, frearam suas despesas com obras e projetos na gestão atual, o que contribuiu para a queda dos investimentos e do crescimento do país. De dois anos para cá, o investimento total no país caiu de 19,2% para 18,7% da renda nacional. No diagnóstico da equipe econômica, é preciso uma taxa de 25% para sustentar um crescimento do PIB vigoroso e duradouro, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.
Escassez de investimentos
→ A escassez de investimentos para expandir a oferta de bens e serviços é o principal obstáculo apontado para a recuperação da economia brasileira.
→ Dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o setor de transportes é dono da segunda maior parcela de investimentos públicos e privados, só atrás do setor de energia.
→ De janeiro a abril deste ano, o setor aéreo executou 85% dos R$ 222,8 milhões previstos de aporte público. Na área de hidrovias, o orçamento para 2012 é de R$ 820,8 milhões, dos quais ínfimos R$ 3,84 milhões foram pagos.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)
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