Economia frágil
O deputado Emanuel Fernandes (SP) alertou para a perda de competitividade da economia brasileira e para a desindustrialização do país, provocada não somente por problemas cambiais, mas também pela falta de planejamento. Em setembro último, o Fórum Econômico Mundial divulgou a queda do Brasil para a 58ª posição no ranking entre 139 nações no estudo que mede a capacidade de as economias atingirem crescimento sustentado e prosperidade nacional.
De acordo com o tucano, essa realidade mostra uma tendência de direcionamento de empregos industriais de maior valor agregado para outros países, tendo como consequência o delineamento do que chamou de “divisão racional do trabalho no mundo”. Conforme explicou em pronunciamento nesta terça-feira (19), alguns países plantarão alimentos, uns extrairão minerais para ajudar o mundo inteiro e outros fabricarão softwares, produtos industrializados, eletrodomésticos, carros, aviões e outros itens de maior valor agregado.
Emanuel avisa que este fenômeno ocorrerá independentemente das vontades nacionais, pois os consumidores de todas as partes cada vez mais querem comprar produtos mais baratos e de melhor qualidade. “Corremos o sério risco de o Brasil virar uma hacienda”, alertou o deputado, ao se referir à possibilidade de o país se transformar em mero supridor de produtos agrícolas.
“Nós, que investimos em alimentos por meio da Embrapa e de outros centros de excelência, ajudamos a fazer com que países como a China e a Índia não passem fome. Mas o perigo mora aí, pois isso força o câmbio e valoriza o real. Com a falta de planejamento, podemos, sim, nos tornar uma verdadeira hacienda, como aconteceu com a Argentina em meados do século XX”, reiterou o parlamentar. O real valorizado em relação ao dólar prejudica as exportações e barateia as importações, enfraquecendo a indústria local.
Em seu pronunciamento, Emanuel destacou ainda uma boa notícia vinda de sua cidade – São José dos Campos (SP). A Embraer está vendendo para o que chamou de “meca da indústria aeroespacial do mundo”, os Estados Unidos, mais de 100 aviões Phenom 300. De acordo com Emanuel, o valor estimado do negócio ultrapassa US$ 1 bilhão. “Este sim é um exemplo claro de política bem coordenada. O Brasil precisa de planejamento para que as coisas andem”, afirmou o tucano, ao parabenizar a direção da Embraer e seus funcionários “por mais este sucesso”.(Reportagem: Marcos Côrtes/ Foto: Eduardo Lacerda)
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