Peça de ficção
Mensagem da presidente ao Congresso comprova descumprimento de metas do governo federal
A mensagem enviada ao Congresso pela presidente Dilma no retorno das atividades do Legislativo, na semana passada, comprova a fraca execução de ações consideradas prioritárias pela petista. Com o governo envolvido em uma série de denúncias, Dilma pouco fez no primeiro ano do seu mandato. A melhoria da precária infraestrutura brasileira ficou apenas no papel. Portos, aeroportos e estradas apresentam problemas de várias naturezas.
A mensagem, segundo o líder tucano na Câmara, Bruno Araújo (PE), não passa de “uma peça de ficção, a tomar pelo que vimos um ano atrás”. Ele destaca que existe uma diferença gritante entre o discurso e a prática. Para o Instituto Teotônio Vilela (ITV), a carta é um reconhecimento oficial do descumprimento das metas do governo do PT.
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Levantamento da Assessoria Técnica do PSDB reforça a avaliação do deputado. Houve uma série de inversão de prioridades. Segundo o estudo, as despesas correntes cresceram 13,6% no ano passado, numa comparação com 2010. Do total de R$ 705 bilhões para a rubrica, 88,1% foram para custeio da máquina administrativa.
Em contrapartida, os recursos para investimento tiveram queda considerável. Os pagamentos desse grupo caíram 22,3% em 2011, “único ponto de despesas que apresentou redução, em contraponto com o maior índice nas despesas correntes”. A soma da dotação autorizada é de R$ 2 trilhões. Numa comparação com o exercício anterior, os pagamentos do governo federal cresceram 11,3%.
Se os investimentos diminuíram, os brasileiros pagaram uma quantia recorde de impostos e contribuições no ano passado. Segundo dados da Receita Federal, a arrecadação somou R$ 969,9 bilhões no ano passado. O volume representa crescimento de R$ 143,3 bilhões em relação ao verificado em 2010.
Na maioria das áreas, constata-se fraco desempenho. Promessas de campanha de Dilma, os programas Minha Casa, Minha Vida e as 500 unidades de pronto-atendimento (UPAs) – idealizadas para desafogar as emergências em hospitais – simplesmente não decolaram. A construção de seis mil creches em quatro anos é outro exemplo de mera promessa. Como mostrou “O Estado de S. Paulo”, nenhuma creche foi concluída até agora. Além disso, os investimentos em saúde, segurança e educação ficaram no discurso.
(Da redação / Foto: Paula Sholl)
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