Proposta consensual
Partido vai elaborar documento com principais bandeiras da reforma política
Após reunião com a participação das bancadas da Câmara e do Senado nesta terça-feira (30), o PSDB decidiu consolidar documento com as principais bandeiras do partido para a reforma política. No encontro, os parlamentares criticaram ainda o parecer do deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da Comissão Especial criada na Câmara para discutir as mudanças no sistema eleitoral.
Os tucanos acreditam que a proposta do petista não será aprovada no Congresso e defendem uma reforma que priorize pontos como o fim das coligações nas eleições proporcionais, maior transparência em relação ao financiamento de campanha, reforço da fidelidade partidária e adoção do voto distrital misto.
“O governo lavou as mãos quanto a esse assunto, como já fez com as outras reformas, mesmo sendo essas grandes defesas de Dilma durante a campanha”, alertou o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Segundo ele, a legenda buscará nos próximos dias converter as ideias das duas bancadas em um único texto, que aborde as prioridades levantadas.
Na avaliação do deputado, o fim das coligações proporcionais é “a mãe da reforma”, o ponto mais importante. Além desse aspecto, outras propostas essenciais estão sendo tratadas de maneira equivocada pelo relatório de Fontana, conforme resumiu o deputado Marcus Pestana (MG), ao representar os tucanos que participam da comissão especial instalada há sete meses.
Pelo anteprojeto, o financiamento de campanha passará a ser feito por um fundo administrado pela Justiça e mantido por recursos públicos, o que pode dar margem ao chamado “caixa dois”. Apesar de acabar com a figura de suplente de senador, contestada pela sociedade, o texto sugere que o deputado federal mais votado em seu estado assuma a vaga, gerando mais polêmica. “O grande consenso é pela rejeição desse parecer”, avaliou Nogueira.
O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), relatou a situação das onze propostas apresentadas pela comissão especial sobre a reforma naquela Casa. Entre os temas está o fim das coligações proporcionais, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, mas que retornará para nova análise por causa de emendas apresentadas no plenário. Em situação parecida encontra-se o texto que trata da fidelidade partidária.
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Cadu Gomes / Áudio: Elyvio Blower)
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