Indenização e mensalinho


Parlamentares querem explicações de ministros sobre onda de denúncias de corrupção

Os deputados Duarte Nogueira (SP) e Vanderlei Macris (SP) apresentaram nesta segunda-feira (29) requerimentos de convocação da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do ministro das Cidades, Mário Negromonte. O primeiro pede que Gleisi preste esclarecimentos à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle sobre indenização recebida após o desligamento da Diretoria Financeira da Itaipu Binacional. A outra solicitação é para Negromonte explicar suposta oferta de pagamentos a parlamentares, o “mensalinho”.

Desde o início da crise, tucanos vêm apresentando requerimentos convidando autoridades a elucidar denúncias de corrupção na Esplanada. No caso de Gleisi, o PSDB pretende ainda entrar com representação na Procuradoria Geral da República motivada por suspeita de que a ministra teria recebido indevidamente R$ 41 mil ao transformar sua “exoneração a pedido” em demissão de Itaipu, em 2006. A manobra permitiu que ela, além de receber férias proporcionais, resgatasse os 40% de indenização sobre o FGTS.

Em relação ao ministro Negromonte, os tucanos querem explicações sobre revelação da revista “Veja” de que o gabinete dele era usado para cooptar aliados em troca de dinheiro. Em sala anexa à dele, quatro deputados tentavam persuadir outros parlamentares a se alinhar com o ministro oferecendo R$ 30 mil.

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle ouvirá nesta quarta-feira (31) o presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, sobre denúncias de irregularidades e indícios de corrupção divulgadas pela imprensa. O debate também foi proposto por Macris. O deputado cita reportagem publicada pela revista “Época” em 30 de julho afirmando que virou regra na ANP a cobrança de propina de empresários.

Na semana passada, os dois deputados apresentaram requerimento convocando a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) para dar explicações a respeito de notícias sobre seu envolvimento em negociações de obras rodoviárias do Ministério dos Transportes em Santa Catarina. Os contratos apresentam descontrole nos aditivos.

O partido também quer ouvir o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) sobre o uso de avião de empresa beneficiada em negócios com o governo federal enquanto o petista comandava o Planejamento. O episódio teria acontecido em 2010, durante a campanha de sua esposa, Gleisi, ao Senado.  Na semana passada, Bernardo falou na Câmara sobre o tema, mas não respondeu se viajou ou não no jatinho da empresa Sanches Tripoloni. Diante disso, Macris e o líder tucano apresentaram requerimento pedindo a convocação do petista.

Além disso, está marcada para 19 de setembro audiência com Paulo Bernardo, a pedido de Macris, para tratar de denúncia do “Estadão” sobre superfaturamento de R$ 43 milhões na licitação para compra de equipamentos e sistemas de fibras ópticas do Plano Nacional de Banda Larga. O ministro também é apontado como participante do esquema de corrupção dos Transportes.

(Reportagem: Letícia Bogéa e Djan Moreno/Fotos: Paula Sholl)

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29 agosto, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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