Sujeira permanece
Queda do ministro da Agricultura é oportunidade de fazer faxina contra a corrupção
A saída do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi não é motivo para lamentar, e sim incentivar a faxina da corrupção. Deputados tucanos reagiram à declaração da presidente Dilma, que saiu em defesa do peemedebista. Em nota, a petista afirmou que seu subordinado não contou “com o princípio da presunção da inocência diante de denúncias contra ele desferidas”.
Alvo de uma série de escândalos, Rossi cedeu na terça (17) às pressões das denúncias de irregularidades na pasta e entregou a carta de demissão. Com a queda, subiu para quatro o número de ministros exonerados. Para o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), a declaração foi infeliz, já que ele é acusado de usar a máquina pública em benefício próprio. “A população é que lamenta ter uma presidente que não toma as atitudes corretas ao nomear auxiliares”, afirmou.
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Na opinião do tucano, o problema está no excesso de pastas. Com 40 órgãos, há mais espaço para a distribuição de cargos entre amigos e indicações políticas. “E o brasileiro fica a pagar impostos sem ter uma resposta para o desenvolvimento do país”, completou.
A petista está perdendo a oportunidade de fazer uma faxina geral para combater o aparelhamento deixado por Lula, na avaliação de Reinaldo Azambuja (MS). “Isso não se faz pela metade. Ou você limpa por completo ou a sujeira permanece”, destacou. Ao invés de se queixar pela saída, segundo o parlamentar, Dilma deveria exigir a apuração das suspeitas de desvios e a punição dos envolvidos. “A sociedade não aguenta mais esses desmandos.”
A falta de sintonia do Planalto prejudica a população e o desenvolvimento nacional, avalia Carlos Roberto (SP). “Isso é um reflexo da quantidade de acordos que foram feitos para eleger a presidente”, disse. De acordo com o tucano, a demissão era o mínimo que ele poderia fazer para garantir a transparência das investigações.
Antes do peemedebista, Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Nelson Jobim (Defesa) deixaram o governo. “Temos que limpas não só a Agricultura, mas vários outros órgãos que são alvo de fiscalização do Ministério Público. Não é momento de lamentar, mas de ter coragem de fazer o que o Brasil precisa. Dilma não pode recuar”, concluiu Luiz Nishimori (PR). Na próxima segunda-feira (22) haverá a posse do substituto de Rossi, Mendes Ribeiro Filho.
(Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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