Negócios suspeitos
Imbassahy solicita explicações sobre aditivos em contratos do governo
O deputado Antonio Imbassahy (BA) apresentou nesta quarta-feira (10) dois requerimentos para esclarecer a onda de corrupção que atinge a administração petista. No primeiro, o tucano solicita informações ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sobre os aditivos contratuais feitos pela pasta e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O outro documento pede à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, explicações sobre o aumento no custo das obras públicas do governo federal por meio de revisão de valores dos convênios.
“Inúmeras denúncias ocupam o noticiário nacional e atingem a honra e a dignidade do governo”, lamenta o parlamentar. Em discurso no plenário, o deputado recordou pronunciamento do ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) no Senado.
O senador disse que avisou a presidente Dilma sobre um “grande salto e descontrole” no Orçamento dos Transportes no período em que deixou o Executivo para disputar o governo do Amazonas – entre março de 2010 e janeiro de 2011. Nesse período, Paulo Sérgio ocupou interinamente o comando da pasta. “Quando saí, o PAC dos Transportes significava um pacote de investimentos da ordem de R$ 58 bilhões. Quando retornei já estava em R$ 72 bilhões”, argumentou o republicano.
Imbassahy pretende esclarecer a declaração. “É muito importante que a Câmara e o povo brasileiro conheçam as razões que levaram as obras do PAC no órgão a receber um aditivo de R$ 14 bilhões em pouco mais de 10 meses, exatamente no período eleitoral, e o que foi feito pela ministra do Planejamento para regularizar esses aditivos”, concluiu.
Onda de escândalos
O deputado recorda que o primeiro escândalo veio da Casa Civil da Presidência. No episódio, o ex-ministro Antonio Palocci multiplicou o seu patrimônio em 20 vezes em apenas quatro anos. Em seguida, a presidente Dilma prometera fazer uma faxina na estrutura do Executivo, começando com uma série de demissões nos Transportes. A limpeza surtiu pouco efeito. Foram alvos de denúncias ainda a Agência Nacional de Petróleo, e os ministérios da Agricultura e do Turismo.
Na Agricultura, a revista “Veja” revelou que a pasta se transformou em uma central de negócios. O esquema foi denunciado por Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que foi demitido do cargo de diretor-financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (a Conab) após ter sido acusado de autorizar pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa-fantasma.
Nessa terça-feira (9), a Polícia Federal deflagrou a operação Voucher, que pediu a prisão de 38 pessoas envolvidas em convênios de capacitação profissional no Amapá. O secretário-executivo do Turismo, Frederico Silva da Costa, foi um dos detidos.
(Reportagem: Gabriel Garcia / Foto: Brizza Cavalcante)
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