Paralisia nas ações
PSDB condena crise política e anuncia plano para reduzir gastos com a máquina pública
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (10), os líderes do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e no Senado, Alvaro Dias (PR), e o presidente nacional da legenda, Sérgio Guerra (PE), avaliaram a crise política que atinge o governo federal. Os tucanos também anunciaram que o partido elabora uma proposta de reengenharia para reduzir os gastos do Executivo, que têm pressionado a inflação e estimulado a alta na taxa de juros.
Para Nogueira, o país vive uma “crise gravíssima”. O tucano condenou a paralisia nas ações do Planalto e a onda de denúncias em ministérios. “Tivemos o afastamento de três ministros e do secretário executivo da Agricultura, além da prisão do secretário executivo do Turismo. Isso se soma à inflação, que superou a meta, cinco aumentos sucessivos da taxa de juros, paralisia dos investimentos e elevação dos gastos correntes”, enumerou.
baixe aquiO líder ressaltou que a assessoria técnica do PSDB planeja uma sugestão de redução da estrutura do governo. “Quando Lula assumiu, em 2003, encontrou 26 ministérios. Hoje são 40 pastas e 23.500 cargos comissionados. A proposta, sem nenhum prejuízo para essas áreas, é de enxugamento e contenção de gastos”, justificou. O documento será encaminhado à presidente Dilma Rousseff até o final de agosto.
“A proposta do PSDB é fazer uma reengenharia, mudar essa gestão e reestruturá-la para que tenha mais compromisso. Precisamos é de ação, decisão, gerência, competência e falta tudo isso”, completou Sérgio Guerra.
Nogueira ressaltou que o partido trabalha para agilizar a votação de quatro projetos de combate à corrupção que dão transparência às ações de governo. Os textos foram levantados pelo líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG). Alvaro Dias ainda destacou uma proposta que proíbe a retirada de assinaturas para a instalação de CPIs, evitando que elas funcionem como “moeda de troca”.
Os parlamentares comentaram a queda na aprovação da presidente Dilma, divulgada hoje (10) pelo Ibope. “Ela não pode passar a ideia de que está fazendo uma grande limpeza quando não está. A pesquisa mostra isso. Se a população acreditasse que ela estava indo atrás de quem deveria, a aprovação não estaria caindo”, criticou Guerra.
Nogueira destacou a importância da votação dos 17 projetos prioritários para a bancada tucana. Ele reprovou o anúncio do líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), de que um desconforto na base impede as votações. “Se há uma comoção dessa natureza com os líderes da base, entre si, é claro que há uma crise gravíssima no governo”, reiterou.
Nessa quinta-feira (11), às 9h30, os presidentes e líderes do PSDB, DEM, PPS e PSOL se reunirão para avaliar a crise. O encontro será na Liderança do PSDB no Senado.
Contra a corrupção e a favor da transparência
→ O PSDB trabalha para agilizar a votação dos seguintes projetos: o “Fura-fila”, que estabelece a tramitação prioritária a processo de crime comum e de responsabilidades a quem estejam respondendo autoridades públicas com foro privilegiado; o PLP 149/00, que assegura ao cidadão o direito a amplas informações sobre os atos de gestão financeira e orçamentária dos entes da federação; a PEC 68/07, que proíbe o sigilo processual dos crimes contra a administração pública e o PL 1311/07, que determina que o TCU divulgue, na internet, dados sobre as compras dos órgãos públicos.
(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Cadu Gomes/Áudio: Elyvio Blower)
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