Gastança desenfreada

João Campos condena uso de recurso público para custear evento da UNE

O deputado João Campos (GO) reprovou a aplicação de dinheiro público no 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em Goiânia. O evento foi patrocinado por cinco ministérios, Caixa Econômica Federal, Eletrobrás e Petrobras ao custo de R$ 4 milhões. Para o tucano, o aporte mostra que a entidade é chapa-branca e atende aos interesses do Planalto.

O parlamentar apoia o incentivo a movimentos organizados da sociedade, mas teme o repasse exorbitante de verba que sai do bolso do contribuinte. “Não há mal nenhum em apoiar os movimentos sociais”, apontou. “O problema é quando o governo procura aliciar os segmentos, exatamente para silenciá-los”, criticou. Segundo o deputado, o patrocínio vultuoso serve para amordaçar essas organizações.

Aliada ao governo federal, a UNE recebeu incentivos financeiros dos ministérios dos Transportes, às voltas com denúncias de corrupção, do Turismo, Esporte, Saúde e Educação, conforme reportagem do jornal “O Globo”. Segundo a matéria, Lula rejeitou o caráter conferido a entidade de “chapa-branca” e, assim como fez nos oito anos de seu governo, atacou fortemente a imprensa.

Na avaliação do deputado, é injustificável o congresso, que prevê a participação de 10 mil universitários, receber R$ 4 milhões da União. “Não se justifica esse volume de dinheiro, isso é para facilitar a corrupção, o desvio de recursos e fazer com que alguém esteja indevidamente levando vantagens”, condenou.

Campos completa: “Quando o ex-presidente levanta tese de que o Congresso não é chapa-branca, essa é uma forma inversa de confessar que é. Se não fosse, não seria financiada exclusivamente pelo governo”.

(Reportagem: Laize Andrade / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)