Corrupção sem fim


“Filhotes do mensalão” se multiplicam como praga no governo petista

O governo Dilma Rousseff encontra-se metido num turbilhão de denúncias de corrupção. Como mostra a carta de mobilização política do Instituto Teotônio Vilela desta segunda-feira (10), tem de tudo um pouco: superfaturamento em obras de ferrovia, envelopes de dinheiro distribuídos a integrantes de ministérios, fraudes em licitações de estatais em benefício de senador governista e até desvio de recursos destinados a socorrer vítimas de tragédias no Rio. “São uma espécie de filhotes do mensalão, que, como praga, se multiplicam na era petista”, critica o órgão de estudos políticos do PSDB. Leia abaixo a íntegra do documento.

O governo Dilma Rousseff encontra-se metido num turbilhão de denúncias de corrupção. Não surpreende que esteja assim. Afinal, trata-se do mesmo grupo político que se notabilizou pela prática sistemática de compra de votos em troca de apoio parlamentar. Como praga, os filhotes do mensalão se multiplicam.

Na última quinta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a condenação de 36 réus envolvidos no escândalo revelado há seis anos. O pedido de punição aos envolvidos no mensalão veio no mesmo momento em que pipocam novos casos de desvios de recursos públicos, manipulação de contratos e toda a sorte de falcatruas no seio do governo federal. Ilicitudes parecem ser parte integrante do DNA petista.

A revista Veja traz detalhes de como se dava, por exemplo, o esquema de desvio no Ministério dos Transportes, o escândalo da hora que resultou na demissão de toda a cúpula do setor na semana passada. Havia distribuição de dinheiro sujo até mesmo em estacionamentos de shoppings em Brasília, num festival de envelopes recheados com notas de cem reais.

Os envolvidos insinuam que os recursos desviados podem ter financiado a campanha presidencial petista no ano passado. Tudo sob a articulação de ministros de Lula, entre eles Paulo Bernardo – então no Ministério do Planejamento e hoje nas Comunicações. Os atores, como se vê, continuam em cena.

Amanhã, será possível passar uma parte dessa história a limpo, em depoimento de Luiz Antonio Pagot, ainda diretor-geral do Dnit, no Senado. Sobre a atuação dele, seu padrinho político, o senador Blairo Maggi, é cristalino, em entrevista publicada hoje em O Globo: Pagot só executava ordens que recebia. É preciso, então, saber quem eram os mandas-chuvas dos malfeitos – cuja existência o PR nem se dá o trabalho de negar.

Nos Transportes, aliás, nem é preciso procurar muito para achar as nódoas da corrupção. Também O Globo revelou que trechos da ferrovia Norte-Sul estão sendo tocados com valores 17% acima dos praticados no mercado. No ano passado, o TCU analisou 11 contratos da ferrovia e descobriu superfaturamento em todos eles.

A pasta que deveria zelar pela conservação, manutenção e expansão da infraestrutura do país não passa hoje de um feudo partidário. Há sete anos foi dada ao Partido da República como moeda de troca das nada republicanas práticas políticas instauradas pelo governo Lula e mantidas pela gestão Dilma. Neste ínterim, nossas estradas e ferrovias agonizaram.

Mas não é apenas nos Transportes que a corrupção viceja. Em sua edição de ontem, O Estado de S. Paulo mostrou que uma empresa do senador Eunício de Oliveira pode ter fraudado licitação de R$ 300 milhões da Petrobras. Empregados do parlamentar foram descobertos combinando o resultado do pregão com concorrentes.

Com o mau exemplo de cima, a espoliação se espalha. Este ano, o Rio de Janeiro enfrentou uma das maiores catástrofes naturais de sua história, mas a tragédia não foi suficiente para sensibilizar os larápios: a verba para reconstrução das cidades atingidas foi tungada, como mostra O Globo. As digitais petista estão lá: o esquema de distribuição de propina era comandado dentro do gabinete da prefeitura de Teresópolis, comandada pelo partido.

Frente a tantos descaminhos, o valor do que foi desviado no mensalão pode até parecer pouco: R$ 75 milhões ou 25% mais do que se sabia até agora, segundo a Folha de S.Paulo. Mas a verdade é que a atitude contemporizadora do PT em relação àquele primeiro grande escândalo gestou o ovo da serpente que transformou a corrupção em infecção generalizada no país. Chegou a hora de impor um basta à rapinagem e punir os culpados.

(Fonte: ITV)

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11 julho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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