Punição já
Para lideranças do PSDB, governo federal não pode se eximir de culpa em escândalo nos Transportes
Aprofundar as investigações e responsabilizar todos os culpados. Para o senador Aécio Neves (MG), o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), o ex-governador Tasso Jereissati, presidente do Instituto Teotônio Vilela, essa deveria ser a conduta do governo federal em relação à crise no Ministério dos Transportes. Para esses três líderes do PSDB, que se reuniram nesta quinta-feira (7) em Belo Horizonte, não basta demitir o ministro e a cúpula do ministério. Eles criticam ainda o fato de o próprio governo federal tentar se eximir de qualquer responsabilidade no caso.
“Está se criando no Brasil algo novo, inusitado, que é a ausência ou abdicação de responsabilidade da Presidência da República em relação aos seus aliados. O que eu vejo é uma tentativa de setores do PT de lavarem as mãos e dizerem que ‘não temos nada com isso’. O governo federal e a Presidência da República é que são responsáveis não apenas pelas nomeações dos ministérios, sejam eles do PT, sejam eles dos partidos aliados, mas pelo que ocorre em cada um desses ministérios”, afirmou o senador em entrevista.
É fundamental investigar e punir envolvidos em corrupção em ministério, reiteram tucanos
O presidente do PSDB concordou com Aécio Neves e alertou que é preciso investigar também a situação dos outros ministérios. “Não adianta saber apenas que a Dilma demitiu essas pessoas. É fundamental saber quem as nomeou. Quem foi menos responsável do que deveria ser nomeando esse tipo de gente para comandar a infraestrutura do Brasil. Outra coisa, nada indica que isso acabou lá. Não há nenhum sentido em imaginar que apenas o ministério para quem foi indicado o PR está contaminado. Outros estão também. O governo Dilma, é bom que se entenda, é a continuação do governo do Lula. Todo o esforço deles é para provar isso”, afirmou o deputado Sérgio Guerra.
Os líderes do PSDB lembraram ainda que as denúncias contra o Ministério dos Transportes, pagamento de propina e obras supervalorizadas, já vinham circulando há muito tempo, mas que o governo federal não as investigou. De acordo com Aécio Neves, o caso somente foi revelado após denúncia na imprensa.
“Nenhuma dessas demissões ou afastamento de dirigentes públicos, ministros e outros se deu pela ação direta do governo. O que me parece é que há uma certa passividade no governo federal, para não dizer uma certa cumplicidade, com alguns malfeitos. Se não houver denúncias da imprensa, fica tudo como está. Esse governo não é um governo novo. São nove anos de um mesmo governo, de um mesmo grupo político. E aí a expressão do presidente Sérgio Guerra e do ex-senador Tasso é muito correta: se há uma herança maldita do ponto de vista ético, ela é de absoluta e inteira responsabilidade do atual governo”, disse Aécio Neves.
O presidente do Instituto Teotônio Vilela, Tasso Jereissati, lembrou que as denúncias contra o Ministério dos Transportes não foram as primeiras no governo do PT. “A presidenta vai ter muito trabalho porque tem um esquema muito espalhado de corrupção. É uma herança maldita que vem do governo Lula. Desde o mensalão não há punição. A sociedade precisa reagir e a imprensa tem um papel fundamental”, disse ele.
O senador Aécio Neves afirmou que irá discutir com a bancada de oposição o melhor caminho a seguir para garantir que o escândalo no Ministério dos Transportes não fique sem conseqüências. “O ato simples da demissão não pode interromper as investigações. Esse episódio tem que ser pedagógico”, avaliou.
(Do PSDB-MG/Foto: reprodução do You Tube)
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