Esclarecimentos
Nas comissões, deputados solicitam convocação de Alfredo Nascimento e vinda de suspeitos à Câmara
Além dos pedidos de investigação encaminhados à Procuradoria Geral da República, o PSDB também quer explicações na Câmara dos envolvidos no suposto esquema de corrupção montado no Ministério dos Transportes. Para isso, tucanos apresentaram nesta terça-feira (5) nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e na de Viação e Transportes (CVT) requerimentos de convite e também de convocação. Além disso, querem esclarecimentos da Controladoria Geral da União.
Mantido pela presidente Dilma no cargo apesar das denúncias que pesam sob sua pasta, Alfredo Nascimento terá que vir à Câmara se forem aprovados os pedidos de convocação apresentados pelo deputado Fernando Francischini (PR) na CFFC e de Vanderlei Macris (SP) na CVT. Para os tucanos, é fundamental a presença do dirigente do PR para “expor acerca do descontrole na execução financeira das obras sob a responsabilidade do Ministério dos Transportes, conforme divulgado pela Revista Veja em 06.07.2011.”
Como destacam os requerimentos, as denúncias revelam aumentos frequentes nos custos de obras públicas,
notadamente rodovia e ferrovias, descontrole nos aditivos contratuais realizados em contratos firmados com empreiteiras, entre outras irregularidades envolvendo contratos e verbas públicas da pasta. Ainda de acordo com a revista, o PR estaria cobrando 4% de propina de empresas prestadoras de serviços. Na reportagem, é afirmado que a própria presidente reconhece “descontrole” no ministério. Mesmo assim, optou não somente por manter Nascimento à frente dos Transportes como também o designou para chefiar as investigações sobre as irregularidades, negadas tanto pelo ministro como pelo PR.
Em ambas as comissões, Macris e Francischini querem a presença, via convocação, do chefe da CGU, Jorge Hage, para explicar as providências que o órgão de controle vem tomando. Por fim, na Comissão de Fiscalização Financeira os dois deputados apresentaram requerimentos de convite a Mauro Barbosa da Silva, chefe de Gabinete do ministro dos Transportes; a Luís Tito Bonvini, assessor de Nascimento; a Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit); e de José Francisco das Neves, diretor presidente da VALEC.
Os quatro foram afastados por determinação da presidente Dilma. No entanto, os tucanos acreditam que a providência é insuficiente para encerrar o caso, solucionar ou esclarecer os fatos. “A medida, no entanto, confirma a gravidade das denúncias e a presença de fortes indícios da prática de atos ilícitos”, diz trecho dos requerimentos, que devem ser votados nesta quarta-feira (6).
(Reportagem: Marcos Côrtes/ Fotos: Paula Sholl)
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