Internet popular

Plano de Banda Larga descumpre metas e oferece serviço caro, avaliam tucanos

Integrantes da Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática da Câmara, os deputados Antonio Imbassahy (BA) e Romero Rodrigues (PB) contestaram a meta do governo federal de colocar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) em prática nos próximos três meses. Os tucanos não acreditam na promessa, já que o serviço de internet popular deveria ter começado há mais de um ano. Eles também consideram inadequados a qualidade e o valor propostos: R$ 35 mensais por 1 megabyte de velocidade.

Estudo do Instituto Teotônio Vilela (ITV) destaca que o PNBL foi uma das principais bandeiras eleitorais de Dilma Rousseff, mas nenhum objetivo foi cumprido. O texto mostra que, apesar de a economia brasileira situar-se entre as dez maiores do mundo, a União Internacional de Telecomunicações – órgão da ONU para o setor – coloca o país na 60ª posição entre 159 nações no Índice de Desenvolvimento de Tecnologias de Informação.

Para Imbassahy, o anúncio de que o PNBL sairá do papel pouco representa diante de tantas metas esquecidas. Para ele, o Planalto não sofre com falta de recursos, pois poderia aplicar cerca de R$ 9 bilhões do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).

“O governo, depois de muito anunciar e requentar esse assunto, agora vai reduzindo a qualidade. É demonstração de incompetência e desinteresse com a população”, apontou. “O que está sendo oferecido é caro e de baixa qualidade. É lamentável e triste para o Brasil, que quer avançar e necessita de conhecimento para todos. R$ 35 me parece excessivo em relação à velocidade e à qualidade do serviço”, completou.

Para Rodrigues, o problema não está na falta de verba, mas no gerenciamento. “O que falta é planejamento e prioridade. Isso penaliza setores estratégicos que trariam benefícios maiores para a sociedade”, comentou.

O governo promete fazer as primeiras ligações nos próximos dias e atender 1.163 municípios até dezembro. A meta para 2014 é levar a internet a 4.278 cidades. Santo Antônio do Descoberto (GO), Samambaia e Recanto das Emas (DF) serão as primeiras contempladas.

(Reportagem: Djan Moreno/Fotos: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)