Na sombra de Lula


Parlamentares condenam paralisia na administração federal e crise no governo

Há uma paralisia completa da máquina pública sob o comando de Dilma Rousseff. Essa é a avaliação dos deputados Nelson Marchezan Junior (RS) e Rui Palmeira (AL) sobre os primeiros cinco meses de gestão da petista. Os parlamentares ressaltam que, nesse período, o Congresso não recebeu nenhuma proposta do Executivo, a não ser uma enxurrada de medidas provisórias.

Para Marchezan, o primeiro grande acontecimento do atual governo foi a queda do ex-ministro Antonio Palocci. Segundo ele, a presidente ainda não mostrou a que veio, nem teve um grande ato de gestão. “Dilma não sabe administrar a máquina pública e muito menos conviver num Estado democrático e de diálogo com o Parlamento. Por isso, as eventuais ações que ela quis tomar não foram encaminhadas por meio de projeto ou discutidas com o Congresso, mas sim pelo contrabando de medidas provisórias”, criticou.

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“Já passou muito tempo de governo e ela não conseguiu ainda sair da sombra de Lula, além de manter a incapacidade gerencial para transformar o grande volume de tributos que sai do bolso do cidadão em resultado para melhorar a vida das pessoas”, completou.

Rui Palmeira afirmou que a maioria das matérias votadas este ano são medidas provisórias da gestão passada. “Há uma total paralisia. O governo fica enxertando os famosos contrabandos, o que é muito pouco democrático. Isso fragiliza a relação com o Congresso e o enfraquece, pois fica a mercê das MPs”, reprovou.

Durante discurso na posse na nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, Dilma afirmou: “Temos promessas a cumprir e vamos cumpri-las. Temos programas a executar e vamos executá-los.” De acordo com os parlamentares, já passou da hora de a presidente agir.

Os tucanos lamentaram a crise na articulação política da base aliada ao Planalto. Rui Palmeira lembrou que, apesar de ter ampla maioria, o governo já sofreu duas derrotas em plenário: a votação do Código Florestal e as medidas provisórias que perderam a validade. “Isso é inexplicável, dado o tamanho esmagador da base, e mostra falta de habilidade”, avaliou.

“Dilma hoje se encontra no comando, sem efetivamente ter o comando do seu próprio partido e do Poder Executivo e sem a capacidade de fazer a interlocução com todos os interesses políticos e partidários do governo”, disse Marchezan.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Fotos: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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9 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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