Direitos humanos
Atitude de Dilma Rousseff de não receber Shirin Ebadi é inconcebível, reprovam deputados
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), apresentou uma Moção de Repúdio à atitude da presidente Dilma de não receber a Prêmio Nobel da Paz, a iraniana Shirin Ebadi, que chegou ao Brasil na terça-feira (7). O documento foi rejeitado pela base governista, reforçando a posição “injustificável” do Planalto.
Nogueira criticou a desculpa oficial de que, pelo protocolo, a presidente recebe apenas chefes de Estado e de governo. Recentemente, Dilma se encontrou com a cantora Shakira e a banda U2, mas se recusa a recepcionar uma militante dos direitos humanos. “O argumento não procede. É inconcebível a atitude da presidente. Shirin Ebadi é a principal voz da oposição no Irã. Recebê-la seria uma demonstração de que o Brasil apoia a causa.”
baixe aquiPara o líder, o país teve a reputação internacional manchada pela aproximação com o regime do Irã, promovida pelo ex-presidente Lula. “Seria uma excelente ocasião para Dilma demonstrar que tem entendimento diferente do seu antecessor. Pelo visto, esta vai ser uma oportunidade perdida”. Na terça-feira (7), a iraniana disse que iria insistir na audiência com a petista.
“A presidente, que, na campanha eleitoral, reiterou diversas vezes seu compromisso em defesa dos direitos humanos, de maneira inexplicável se recusa a receber Shirin Ebadi, um símbolo internacional da causa. Não entendemos os motivos que a levaram a isso”, declarou o deputado Antonio Imbassahy (BA).
Em reunião conjunta, as comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional e de Direitos Humanos e Minorias realizam nesta quinta-feira (9) audiência com Shirin Ebadi. No Twitter, Nogueira anunciou que entregará a moção à iraniana durante a reunião. O tema da discussão será a política externa brasileira. O diretor do Departamento de Relações Exteriores da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, Fábio Balestro, também foi convidado. O encontro está previsto para as 10h, no plenário 3.
Direitos humanos
→ Em 10 de outubro de 2003, o Comitê Nobel considerou Shirin Ebadi uma “pessoa corajosa” e atribuiu-lhe o Nobel da Paz pelos seus esforços corajosos em prol da democracia e dos direitos humanos, especialmente direitos das mulheres e das crianças.
→ Atualmente, ela é professora na Universidade de Teerã e está envolvida em uma campanha a favor do estatuto legal das mulheres e crianças no Irã. Como advogada, é conhecida pela sua intervenção em numerosos casos de violação de direitos humanos, em especial de mulheres e crianças.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)
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