Apuração continua
Parlamentares insistem em investigação de empresa que pagou por serviços de Palocci
Mesmo diante da saída de Antonio Palocci da Casa Civil, o PSDB insistirá na investigação de contratos e empresas suspeitas de envolvimento em suposto esquema de tráfico de influência comandado pelo petista. A pedido do deputado Fernando Francischini (PR), a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara enviará requerimento ao Tribunal de Contas da União (TCU) questionando os contratos firmados pela empreiteira WTorre com o governo federal. O tribunal já realizou auditorias nos contratos da empresa, uma das clientes da consultoria de Palocci e suspeita de ter sido beneficiada em pagamento recorde de restituições do imposto de renda.
O compromisso de enviar a solicitação ao TCU foi firmado pela presidência do colegiado após Francischini pedir a retirada de votação do pedido para realização de audiência pública com a finalidade de discutir denúncias veiculadas pela imprensa contra a empreiteira. Para o tucano, o resultado das auditorias precisa ser conhecido pelos deputados, e se comprovada a existência de irregularidades a audiência será solicitada novamente. De acordo com o parlamentar, porém, há uma grande chance de as informações pesarem contra a construtora.
baixe aqui“Nos próximos dias virão à tona questões que vão colocar gente ‘com a calça na mão’. Estão para vir a público relatórios do TCU com a relação do dinheiro público com a WTorre que vai deixar essa comissão envergonhada perante as bases políticas de cada estado”, alertou o deputado, ao fazer referência à negativa dos parlamentares em aprovar o convite para a vinda de sócios e ex-sócios de Palocci. Um outro requerimento do deputado, que pedia a audiência com esses empresários, foi rejeitado pelo colegiado com a ajuda do rolo compressor da base governista.
“A construtora assumiu que contratou Palocci para prestar consultoria. Queremos saber também da WTorre até onde foi essa consultoria, que tipo de serviço o ex-ministro prestou, já que ela tem obras públicas e dívidas com bancos públicos, além de uma relação direta com a venda de imóveis para órgãos públicos”, alertou Francischini. O tucano afirmou que auditorias realizadas pelo TCU referem-se principalmente à relação da empresa com a Petrobras.
O deputado Nelson Marchezan Junior (RS), que defende a investigação da empresa, destacou que há uma necessidade urgente de se conhecer a verdade sobre o enriquecimento do ex-ministro. “O que a sociedade espera desta Casa e desta comissão é o combate à impunidade. Chega de impunidade. O que queremos saber é se ele, como ministro ou não, meteu a mão no dinheiro público”, disse.
No Senado, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou requerimentos de Alvaro Dias (PR) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) convidando Palocci a explicar sua evolução patrimonial. Os senadores haviam apresentado pedidos de convocação, mas, por não ser mais servidor público, o petista não poderia ser convocado pela comissão.
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)
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