Utilidade pública

Normatização de tomadas é irreversível por trazer segurança ao consumidor, acreditam deputados

Diante da nova padronização de plugues de aparelhos eletrônicos e tomadas, deputados tucanos consideraram a normatização importante por aumentar a segurança do usuário doméstico, apesar de encarecer os produtos no primeiro momento. A regra, que passa a valer a partir de primeiro de julho, foi discutida em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, presidida por Bruno Araújo (PE).

Para o deputado Manoel Salviano (CE), a nova adaptação, com o modelo de três pinos desenvolvido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), reduzirá os acidentes com choques e incêndios no Brasil. “É uma questão de segurança para as pessoas que adquirirem esses equipamentos”, disse.

O deputado Ruy Carneiro (PB) considera a padronização irreversível. “É uma realidade que vamos ter de conviver, se adaptar. Porque é uma legislação, uma nova realidade. Não tem jeito”, ponderou. Eduardo Azeredo (MG) concorda com a avaliação. Segundo ele, os técnicos convenceram da necessidade do novo método de plugues e tomadas. “As explicações são convincentes. Vamos agora acompanhar a implantação dessa troca de sistema”, afirmou.

Presidente da audiência pública, o deputado Antonio Imbassahy (BA) definiu o debate como esclarecedor. Ele condenou o governo federal por não ter informado ao cidadão sobre o prazo de vigência do novo padrão. “Significa um avanço no que diz respeito às normas técnicas e à segurança da boa utilização dos equipamentos elétricos. Teremos um pouco mais de segurança, apesar de um custo um pouco mais elevado”, destacou.

O descumprimento da lei implicará em multa de R$ 100 a R$ 1,5 milhão. Segundo o Inmetro, 80% dos aparelhos existentes podem ser ligados na nova tomada, sem necessidade de adaptação. Foram 11 anos para que o comércio, indústria e consumidores se adaptassem às regras.

Mortes e acidentes

→ Dados do Ministério da Saúde informam que a exposição à corrente elétrica em casa, escola, asilo e trabalho foi responsável por 16.825 internações e 455 mortes entre 1998 a 2009. De 1996 a dezembro de 2007, 15.418 pessoas morreram por causa de choques elétricos.

→ Pesquisa feita em novembro de 2008 pela equipe do programa Casa Segura revela que 84% dos entrevistados já foram vítimas de choque elétrico em casa.

(Reportagem: Artur Filho / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)