Território desprotegido
Marcio Bittar propõe convocação de ministro da Justiça para debater combate à droga oxi
O deputado Marcio Bittar (AC) afirmou nesta terça-feira (7) que o governo federal foge do debate sobre a disseminação da droga oxi no país. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não compareceu ao debate proposto pelo tucano na Comissão de Amazônia da Câmara. De acordo com o parlamentar, ainda não há medidas e recursos capazes de combater a nova droga, que se espalha rapidamente pelo Brasil. Bittar apresentou requerimento de convocação ao ministro – a votação será amanhã. A intenção é que Cardozo apresente os projetos do Executivo em relação ao problema.
A audiência realizada hoje pelo colegiado deixou claro, na opinião de Bittar, que o Planalto não prioriza a segurança pública como deveria e se omite em quesitos básicos, como a proteção das fronteiras. “É por isso que o governo foge do debate. O que se tinha já era pouco e agora se diminuiu, pois houve um corte de recursos de R$ 1,5 bilhão de um orçamento minguado. O governo precisa rever suas prioridades”, criticou o tucano. Ele citou as dificuldades enfrentadas pela Polícia Federal no Acre, como pequeno quadro de pessoal, estrutura precária e falta de equipamentos básicos, como telefones e coletes a prova de balas.
baixe aquiPara o deputado, os expositores da audiência pública não apresentaram informações sobre a atuação do Executivo, mas apenas colocações genéricas que se caracterizaram como defesas do governo. “Queremos ajudar a elucidar esse problema das drogas que entram no Brasil. A comissão não se sentiu atendida e vai aprovar a convocação do ministro para tratar do tema”, avisou.
Segundo Bittar, é preciso que o “governo desça de seu pedestal e vá ao Congresso debater os problemas do Brasil, sem proselitismo.” Para ele, a Amazônia é atualmente “um imenso território completamente desprotegido.” “Todos falam muito da Amazônia, mas na hora de colocar em prática essas preocupações teóricas, não se vê nada. O Brasil, em relação às drogas, não tem como fiscalizar e proteger as fronteiras com o efetivo que tem e as condições pífias que a Polícia Federal tem na região”, apontou.
Durante o debate, o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal (Sindepol), Joel Zarpellon Mazo, afirmou que a ausência do Estado em regiões amazônicas com forte presença indígena tem colaborado para que o índio seja atraído a participar, de alguma forma, da rede que alimenta o tráfico. A representante da Secretaria dos Direitos Humanos, Cristina Galvão, afirmou que “falta uma atuação mais efetiva em relação a essa problemática”.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)
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