Ponta do novelo


Para tucanos, demissão de braço direito de Dilma não livra petista de prestar esclarecimentos

Parlamentares do PSDB acreditam que a demissão de Antonio Palocci da Casa Civil era a única alternativa para amenizar a crise que assola o governo há três semanas. Na avaliação do líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a saída do ministro não encerra o assunto. “Continuaremos insistindo para que ele preste todas as informações. O suposto tráfico de influência e o extraordinário aumento do patrimônio ocorreram antes de ele entrar no governo”, disse. A substituta de Palocci será a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

A saída de Palocci é uma vitória da sociedade brasileira, na avaliação do líder. “Venceu o bom senso. Mesmo com o arquivamento da denúncia pela Procuradoria-Geral da República não restou alternativa a não ser deixar o cargo para estancar a crise que vinha se agravando”, disse. Nogueira anunciou que a oposição vai convidar o ex-ministro a ir à Câmara e prestar esclarecimentos. O tucano acompanhará o Ministério Público do Distrito Federal no andamento da oitiva e das investigações.

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Pela 2ª vez, Palocci deixa um governo petista pela porta dos fundos

Para o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), a queda do ministro revela insegurança e incapacidade de articulação política do governo. “A demissão não é sentença de absolvição. A decisão é tardia. Há uma redução do processo de desgaste com a demissão, mas ele não é interrompido, não se desfaz”, avaliou.

O senador destacou que a oposição vai insistir na instalação da CPI para investigar o caso. “O argumento da demissão de Palocci pode ser invocado, mas é nosso dever tentar investigar. A investigação política é essencial, porque ela propõe transparência e dá publicidade aos atos”, explicou.

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), reiterou a necessidade de apurar os fatos. “Palocci pede para ir para casa, mas os fatos vão com ele. As denúncias devem ser esclarecidas”, disse. O tucano considera a nova ministra da Casa Civil inexperiente para um cargo de tamanha responsabilidade. “A senadora não tem a experiência, a liderança, a confiança que Palocci tinha. Ela tem feito um bom mandato no Senado, mas isso é muito pouco para ser chefe da Casa Civil”, disse.

Para o líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG), ao perceber seu nível de desgaste, o ministro se antecipou e preferiu deixar o governo. “Agora temos a chance de viver um novo momento, inclusive de mais respeito do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional. O embate que fizemos foi legítimo e na defesa dos esclarecimentos, da transparência e na cobrança do mesmo tom do discurso da presidente em sua posse: o de que não toleraria de maneira alguma qualquer tipo de irregularidade ou falta de transparência”, declarou.

Já o deputado Carlos Roberto (SP) recebeu o anúncio da demissão sem qualquer surpresa. “É o mínimo que poderia ser feito e já deveria ter ocorrido antes. Ele deveria ter vindo a esta Casa e ter explicado à nação como ele fez para multiplicar por mais de 20 vezes seu capital”, afirmou o tucano.

(Reportagem: Alessandra Galvão, Marcos Côrtes e Artur Filho/Foto: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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7 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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