Fraude no Paraná


Francischini cobra fiscalização para evitar desvios de recursos do Pronasci

Durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para discutir o desvio de verbas do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) no Paraná, o deputado Fernando Francischini (PR) demonstrou preocupação com o caso e cobrou fiscalização para evitar fraudes no Estado.

O objetivo da reunião foi debater as denúncias contra a Agência de Desenvolvimento Educacional e Social Brasileira (Adesobras) e o Instituto Brasileiro de Integração de Desenvolvimento Pró-Cidadão (Ibidec) sobre desvio de verbas do Pronasci. As duas são organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) com sede em Curitiba (PR).

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Segundo informações divulgadas pela imprensa, as instituições estariam sendo investigadas pela Polícia Federal por irregularidades em contratos com prefeituras do Paraná. A PF apura se elas seriam, de fato, uma única instituição operada pelas mesmas pessoas.

Para Francischini, a audiência foi importante pois ele pôde comprovar que houve fraudes em R$ 18 milhões dos R$ 110 milhões de verbas públicas federais repassadas a ONGs que gerenciavam programas na área da saúde, educação e segurança pública no Estado. “A Comissão de Fiscalização está atenta para tentar mudar a legislação no sentido de evitar que o governo federal continue usando Oscips para evitar licitação”, afirmou. De acordo com ele, algumas organizações são sérias, mas muitas acabam sendo usadas para desvios de recursos públicos.

O parlamentar vai pedir nos próximos dias a lista dos funcionários da Adesobras  e  da Ibidec, já que existe denúncia de que filhos de políticos teriam sido contratados como forma de pagamento de corrupção. Segundo Francischini, dois casos já foram constatados. Entre eles, está o filho do coordenador nacional do Pronasci, Francisco Narbal Alves Rodrigues, que foi contratado sem trabalhar em ONGs e repassava os convênios. “É preciso apurar o caso e fechar a torneira do dinheiro público”, resumiu.

Já o deputado Delegado Waldir (GO) afirmou que alguns casos de desvio de dinheiro público têm viés político. “Quem são os padrinhos políticos dessa quadrilha? O Ministério da Justiça não tem um órgão de controle ou fiscalização interna que pudesse ter evitado a utilização dessa consultoria destinando essas verbas aos municípios e Estados?”, questionou.

O secretário federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Agapito Teixeira, o diretor do Departamento de Políticas, Programas e Projetos da Secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Alberto Liebling Kopittke, e o delegado de Polícia Federal do Paraná, Fabiano Bordignon, também participaram da audiência.

Irregularidade em convênios

→ A Oscip é uma organização da sociedade civil que, em parceria com o poder público, utiliza também recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo administrativo e de prestação de contas.

→ O Pronasci destina verba a municípios brasileiros para articular políticas de segurança com ações sociais, priorizando a prevenção e buscando atingir as causas que levam à violência.

→ Ainda segundo a imprensa, há suspeitas de que a Adesobras tenha sido criada como alternativa ao Ibidec, que foi condenado por irregularidades em convênios firmados com prefeituras entre 2003 e 2005.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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7 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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