Descaso com a população
Corte em saneamento revela irresponsabilidade do governo federal, condenam tucanos
O pífio desempenho na expansão da rede de esgotos reforça a falta de compromisso do governo brasileiro com a população carente. Essa é a avaliação dos deputados Carlos Roberto (SP) e Carlos Brandão (MA). Cerca de metade dos domicílios (45%) está desconectada do sistema de escoamento, revela a revista “Veja”. Para piorar, o “Valor Econômico” aponta redução de 12% nos investimentos em saneamento básico nos primeiros quatro meses do ano, numa comparação do igual período de 2010.
Para Carlos Roberto, a redução de investimentos demonstra que o PT tem preocupação zero com o brasileiro. “Uma vez que investe em saneamento, milhões são economizados com saúde. E a população brasileira menos privilegiada é carente desse serviço. Cortar recursos é uma irresponsabilidade. Isso é não ter compromisso com o povo brasileiro”, reprovou.
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Carlos Brandão afirma que a redução do repasse de verbas para saneamento por parte da presidente Dilma Rousseff tem dois motivos: a escalada da inflação e a gastança do governo passado. O tucano critica a atuação da Funasa, instituição responsável pelas obras de saneamento no país. Para ele, a empresa tem pouca utilidade prática à população.
“A Funasa é o órgão mais inoperante do governo federal. Trata-se de uma instituição importante para o saneamento e o sistema de abastecimento de água. As obras são importantes. No entanto, o sistema de liberação da Funasa está engessado. Não há uma ampliação no quadro de funcionários. Por conta disso, o serviço se torna inoperante”, disse.
Pior desempenho
“Veja” destaca que o Brasil registrou o pior desempenho na expansão da rede de esgotos. O imperador dom Pedro II iniciou a construção de esgotos no país em 1857. O Rio de Janeiro tornou-se a terceira cidade do mundo a investir nessa infraestrutura. Passados 150 anos, 45% das residências brasileiras permanecem desconectadas do sistema de escoamento de esgoto. Em 2009, sob o comando do presidente Lula, a proporção de domicílios atendidos encolheu, feito histórico. Se o ritmo deste governo for mantido, os mais pobres serão plenamente atendidos pelo sistema coletor de esgoto só em 2048.
Redução investimento
Segundo o “Valor”, dados do Ministério das Cidades revelam que de janeiro a abril de 2010 foram repassados R$ 1,260 bilhão às prefeituras. E neste ano, até abril, foram desembolsados R$ 1,108 bilhão. Os valores englobam financiamentos e recursos do Orçamento Geral da União. O Ministério das Cidades sofreu um corte de 40,6% no seu orçamento de 2011, caiu de R$ 21 bilhões para R$ 8,6 bilhões.
(Reportagem: Artur Filho / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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