Metas ousadas


Parlamentares apontam gargalos do ensino em discussão sobre Plano Nacional de Educação

Os deputados Eduardo Barbosa (MG) e Rogério Marinho (RN) apontaram os gargalos da educação e discutiram os métodos de avaliação do ensino público durante audiência pública da comissão especial que discute o Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2011-2020. Os tucanos indicaram falhas no sistema e defenderam o estabelecimento de diretrizes objetivas para que as metas do plano sejam cumpridas. O bom uso dos recursos públicos foi defendido como uma das melhores maneiras de aprimorar o ensino.

Segundo Barbosa, a qualidade do ensino é o grande problema do setor. O país universalizou o ensino fundamental (apenas 2% das crianças estão fora da escola), mas os alunos não são alfabetizados ou se tornam analfabetos funcionais.

De acordo com o tucano, o país não tem um processo de avaliação eficaz para identificar as dificuldades dos estudantes. “Os indicadores existentes de avaliação não chegam a perceber, de fato, se o aprendizado existe e quais são as falhas. Nossas práticas pedagógicas não são avaliadas pelos programas que temos no país hoje”, lamentou.

Para Barbosa, as metas do PNE são ousadas. “Até hoje não temos um diagnóstico para ver se elas de fato poderão ser atingidas e temos um estrangulamento financeiro. Todo mundo até hoje avalia, nos debates já feitos, que os recursos disponíveis para a educação não atenderão as necessidades. É preciso avaliar qual é o financiamento e a responsabilidade de cada ente federado para fazer cumprir essas metas”, alertou.

Marinho acredita que o país precisa definir aonde quer chegar com a educação. O deputado avalia que não existe um padrão para o método de ensino adotado nas escolas, nem mesmo uma ferramenta para medir o aprendizado. O tucano critica a falta de atenção com a formação dos professores, que saem da universidade sem conhecer uma metodologia de ensino.

“Esse feijão com arroz é o grande objetivo que temos que ter”, alertou, ao destacar que o Brasil passa pelo processo de universalização do ensino há mais de quarenta anos, mas não conseguiu casá-lo com o processo da qualidade.

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(Reportagem: Djan Moreno e Laize de Andrade/ Foto: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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11 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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