Incoerência do PT


Líderes consideram abuso usar dinheiro de estatais para financiar festa de centrais sindicais

Os líderes do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e no Senado, Alvaro Dias (PR), consideram um abuso a utilização de recursos de empresas estatais para financiar as festas de seis centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhado, em 1o de maio. O dinheiro poderia ser aplicado em serviços essenciais à população como segurança, saúde e educação.

A “Folha de S.Paulo” levou à tona que a Petrobras destinará R$ 300 mil para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço do PT, e R$ 300 mil para a festa de outras cinco centrais. Segundo a reportagem, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e a Eletrobras devem fechar, nos próximos dias, os valores do patrocínio. As cotas variam de R$ 150 mil a R$ 200 mil.

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Nogueira aponta a incoerência da administração petista, que alegou falta de recursos para reajustar o salário mínimo além dos R$ 545 aprovados pela base aliada. Para ele, o trabalhador que teve o salário corroído pela inflação estranhará o desperdício de recursos públicos para patrocinar festas de centrais sindicais.

“É mais uma incoerência e um abuso do governo do PT, que usa o dinheiro da população como se fosse do partido. Essas festas acabam não sendo dos trabalhadores, mas de uma elite sindical que usa os eventos como uma vitrine política e partidária. É um abuso do dinheiro público. Com certeza, há desaprovação da grande maioria do povo brasileiro”, afirma.

Na opinião de Alvaro Dias, a iniciativa de patrocinar festas sindicais com dinheiro de estatais ultrapassa os limites do bom senso. Segundo o líder, o governo petista privilegia determinados setores para tirar proveito político. “O financiamento dessas festas confirma a existência de uma república de sindicalistas”, critica.

Dias ressalta que a Petrobras tem funcionários comissionados originários dos quadros sindicais do Brasil, com relação próxima ao PT. “Podemos considerar essa relação como promíscua, pois é uma relação custeada com dinheiro público na realização de determinados eventos. Sem uma transparência necessária e sem prestação de contas.”

A prática tornou-se rotineira na gestão petista. No ano passado, a título de patrocínio, cinco empresas públicas (Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobras) já haviam doado R$ 7,5 milhões para as centrais sindicais.

Custo

O valor estimado para a realização dos dois megaeventos de seis centrais sindicais em São Paulo é de cerca de R$ 5 milhões. O evento terá o sorteio de 20 carros e shows populares. A previsão é que passem pelas festas dois milhões de trabalhadores. A “Folha de S. Paulo” destaca que em comum, as duas festas das centrais têm temas como a redução da jornada de 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e a valorização das aposentadorias.

(Reportagem: Artur Filho / Fotos: Paula Sholl e Agência Senado / Áudio: Elyvio Blower)

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25 abril, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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