Prevenção a tragédias


Deputados dizem que governo precisa traçar plano de prevenção de alerta aos desastres naturais

Apesar dos avanços nas previsões de fenômenos climáticos, o governo federal precisa desenvolver um sistema de comunicação e alerta em áreas sujeitas a enchentes e deslizamentos para evitar novas mortes por desastres naturais. Este é o ponto de vista defendido pelo presidente da Comissão e Ciência e Tecnologia na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), e pelos deputados Antonio Imbassahy (BA) e Eduardo Azeredo (MG) durante audiência pública com representantes do governo e de instituições como INPE, Inmet e UnB nesta terça-feira (12).

Para Araújo, apesar do volume de informações obtidas pelos institutos que analisam os eventos climáticos no Brasil, o governo não consegue avisar e muito menos retirar as pessoas que estão em áreas vulneráveis. “Agora falta integração efetiva. Integração com o Ministério das Cidades e o Ministério da Educação em relação a matérias que tratam da preparação de eventual evacuação, por exemplo. Então seguramente a questão da integração entre os órgãos públicos é algo que demonstra a fragilidade do sistema”, pontuou.

O deputado Imbassahy, que presidiu a audiência pública na comissão, segue a mesma linha de raciocínio. Segundo o tucano, a grande dificuldade do governo está na prevenção, pois as medidas só ficam nos anúncios. “Existe um discurso muito bonito de uma integração entre as diversas áreas, até porque esse governo tem sido pródigo em criar ministérios e órgãos públicos. Isso não contribui. Nós queremos que o Brasil avance na questão da prevenção e de alarde para que a população possa ter tempo hábil de se deslocar, evitando mortes”, ressaltou.

A constatação feita pelo deputado Azeredo é que o Brasil está muito atrasado quando se fala em prevenção de desastres naturais. “Temos que avançar mais, ter mais recursos, mais tecnologia na prevenção e nós precisamos ter planejamento. Nós não podemos ficar esperando acontecer o pior para tomar alguma providência. Acho que o governo está devendo uma solução efetiva para essa área. A prevenção é ainda muito rudimentar”, afirmou.

Mortes
O Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia informou que no Brasil, em 2010, morreram 10 pessoas para cada 1 milhão de habitantes vítimas de desastres naturais, enquanto a média na América do Sul é de 2 ou 3 mortes por 1 milhão de pessoas. Países como Venezuela e Filipinas possuem sistemas que detectam deslizamentos de encostas. O secretário disse que o governo precisa desenvolver o conhecimento dos riscos, sistemas de monitoramento e alerta, de difusão e comunicação e a capacidade de respostas, ou seja, de recuperação dos locais atingidos.

Áreas
Hoje no país existem 735 municípios com pelo menos cinco áreas de riscos, mas só 23 cidades tem as regiões mapeadas.

Inmet
O Instituto Nacional de Meteorologia têm 500 estações automáticas de comunicação de fenômenos naturais e consegue prever até 90% das chuvas e eventos naturais que podem acontecer, mas o governo não consegue comunicar ou alertar os brasileiros sobre os riscos.

Marinha
A Marinha Brasileira dispõe de equipamentos que pode antecipar a existência de furacões no mar, o que evitam perdas de vidas humanas e de cargas transportadas em navios.

INPE
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais questiona a falta de satélite e radar meteorológicos, o que deixa 70% da extensão do país descoberta de informações sobre os eventos climáticos, além da falta de profissionais qualificados. Hoje, o Brasil utiliza um satélite meteorológico norte-americano que seria desativado pelos Estados Unidos. Foi citado durante a audiência pública que durante a guerra das Malvinas, na Argentina, com o bloqueio do satélite pelos EUA, o Brasil ficou sem informações climáticas por meio de satélite.

Terremotos
O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), informou que o Brasil não está livre de possíveis terremotos e tsunamis. Mas que pela posição geográfica do país e por estar em cima de uma placa tectônica mais sólida, os possíveis tremores de terra não devem passar de 7 graus na escala Richter.

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(Reportagem: Artur Filho/Foto: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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12 abril, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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