Estado modelo

Gestão petista deveria seguir exemplo de São Paulo no combate à dengue, afirmam deputados

Enquanto diversos estados enfrentam elevados índices de dengue, o governo de São Paulo apresentou redução de 86% dos casos nos três primeiros meses do ano, numa comparação com igual período de 2010. Os números foram anunciados na última quarta-feira (6) pelo governador Geraldo Alckmin (SP). Na avaliação do líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e dos deputados Alberto Mourão (SP) e Vanderlei Macris (SP), o governo federal deveria seguir o mesmo modelo de combate ao mosquito transmissor Aedes aegypti.

O governo paulista promove a Semana Estadual de Combate à dengue, mobilizando 25 mil profissionais, cujo objetivo é orientar a população sobre a importância de eliminar os focos de transmissão. A campanha encerra-se na sexta-feira. Nogueira afirmou que a redução da doença reforça as diferenças entre as gestões tucanas e petistas. Sob o comando do PT, segundo ele, o Brasil voltou a momentos remotos com doenças que teriam desaparecido, caso houvesse ação efetiva.

“O PT faz muita propaganda, muitas promessas, mas não consegue tirar as coisas do papel. O Brasil tem gravíssimos problemas na saúde. Estamos voltando à idade média do ponto de vista das epidemias, como é o caso da dengue. Já estamos indo para uma dengue tipo 4”, ressaltou. O vírus tipo 4 não é mais perigoso do que outros tipos, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, a pessoa que o contrai pela primeira vez, apesar de ficar imune e não contraí-lo novamente, corre o risco maior de pegar dengue outra vez, inclusive do tipo hemorrágico, a forma mais grave da doença.

Para Macris, falta competência técnica do governo federal para combater a dengue de forma eficiente. “É leniente em relação à doença, não cuida, não se preocupa em criar condições para que o Ministério da Saúde possa erradicar, nosso país, algumas doenças tropicais como é o caso da dengue”, criticou. Ele lembrou que o PT alardeia para todo mundo os avanços conquistados nos últimos tempos, mas não consegue extinguir doenças de países subdesenvolvidos. “De um lado, o Brasil diz que está se aproximando do primeiro mundo. Na outra ponta, nos aproximamos do terceiro, quarto mundo, no quesito saúde pública. Esse é o desleixo, é o descaso praticado pela gestão do PT”, ponderou.

Segundo Mourão, para o governo paulista, saúde não é um programa político partidário, mas uma questão de estado. Na opinião do parlamentar, o resultado positivo no controle da dengue em São Paulo se deve à sequência de trabalho e de priorização de vários governadores do partido. “Estabeleceram uma prioridade em termos de saúde para a sociedade. A dengue é um problema que precisa de solução definitiva. E não depende só de São Paulo, mas do país inteiro. Enquanto não existir uma política uniforme no Brasil, nós vamos ter sempre a dengue”, afirmou.

Jeito tucano de governar

→ Estão em curso atividades de intensificação de busca e eliminação de focos do mosquito, orientação para a população, vistoria de escolas, pedágios educativos e arrastões, entre outras ações em São Paulo.

→ Foram registrados 108.200 casos de dengue no estado no primeiro trimestre do ano passado. Neste ano, o número de casos de pessoas infectadas caiu para 14.900 nos três primeiros meses.

→ Até o momento, foram registradas quatro mortes por dengue autóctone, transmitida dentro do estado. Ao longo de todo o ano de 2010, foram 138 óbitos por dengue.

→ A Secretaria Estadual de Saúde programou para esta semana a distribuição de cerca de 500 mil panfletos em praças de pedágios de rodovias estaduais. Outros 20 mil cartazes sobre a semana estadual foram distribuídos aos municípios para dar visibilidade à campanha.

→ No último dia 30, a Secretaria iniciou o envio de um milhão de torpedos com alertas sobre combate à dengue por todo o estado, com ênfase nas regiões da Baixada Santista, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, áreas do estado com histórico de forte transmissão da doença.

(Reportagem: Artur Filho / Fotos: Paula Sholl e Leonardo Prado-Agência Câmara / Áudio: Elyvio Blower)