Canteiros parados


Obras do PAC oferecem condições precárias e preocupam parlamentares

Os deputados Raimundo Gomes de Matos (CE) e Romero Rodrigues (PB) chamaram a atenção nesta sexta-feira (25) para a falta de segurança nos canteiros de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e cobraram do governo federal uma solução para o problema. Os tucanos lamentaram ainda as péssimas condições de trabalho, o que resultou na paralisação de construções.

Reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” revela que pelo menos cinco grandes obras de infraestrutura do PAC foram interrompidas nas últimas duas semanas em razão de protestos de trabalhadores. O número de operários parados nos canteiros foi de quase 80 mil. Manifestações atingiram inclusive obras do Minha Casa, Minha Vida no Maranhão, que pararam durante nove dias em janeiro. Atualmente, além das usinas de Jirau e Santo Antônio (Rondônia), as obras da refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), da Petroquímica Suape (Pernambuco) e da termelétrica de Pecém (Ceará) estão paradas.

Na avaliação de Gomes de Matos, o que está ocorrendo é uma espécie de “bomba-relógio” em relação à desaceleração das obras de infraestrutura alardeadas pelo PAC. “Infelizmente essas obras tiveram muito mais ações de publicidade do que propriamente de um planejamento financeiro responsável. Essa desarticulação vem gerando grandes problemas em vários setores da construção civil e também da classe produtiva”, lamentou. Para o deputado, está havendo um desrespeito com o trabalhador.

O tucano disse que no Ceará, por exemplo, a termelétrica tem vários colaboradores desativados e os operários estão sem ter condições de tocar a vida. “Isso desestabiliza muito”, afirmou. Gomes de Matos espera que a presidente Dilma Rousseff tome providências sobre o caso. “O que ocorre é que ela age como se não fosse responsável por esse desmando que está acontecendo”, resumiu.

Romero Rodrigues disse que é preciso haver um diálogo com esses trabalhadores. “Os líderes desses movimentos precisam abrir um diálogo com as empresas que estão construindo essas obras tão sonhadas pela população brasileira. É preciso buscar uma solução para as reivindicações dos operários”, ressaltou.

Para minimizar essa tensão social, o tucano espera que o governo federal cumpra rigorosamente a questão do repasse das verbas dentro do cronograma estabelecido e observe se há alguma desvalorização do que foi acertado inicialmente e nos reajustes propostos. “É preciso buscar uma solução para sanar esse problema e concluir as obras”, finalizou Rodrigues.

Paralisação nas usinas

A retomada completa das obras da usina hidrelétrica de Jirau, paradas desde o dia 18, após a eclosão de uma revolta entre os operários, depende da volta ao trabalho na usina vizinha, de Santo Antônio, segundo o presidente do consórcio Energia Sustentável, responsável por Jirau, Victor Paranhos.

De acordo com Paranhos, uma obra depende da outra porque o sindicato que representa os trabalhadores e as reivindicações são os mesmos em Jirau e Santo Antônio. Ele disse que a obra deve ser concluída em 2013, conforme previsto em cronograma. Antes do tumulto da semana passada, a direção da usina havia modificado o prazo para 2012.

Entre as reivindicações, estão também melhorias das refeições e mudança do plano de saúde.

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(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Luiz Alves e David Ribeiro da Ag. Câmara/ Áudio: Kim Maia)

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25 março, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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