Medida amarga


Parlamentares cobram atitude de Dilma para impedir aumento das tarifas de energia

Os deputados Antonio Imbassahy (BA) e Carlos Alberto Leréia (GO) criticaram nesta quinta-feira (17) o reajuste nas tarifas de energia elétrica, de até 11%, que deve acontecer a partir de abril em todo o país. Os tucanos cobraram da presidente Dilma Rousseff uma atitude em relação à medida que deve onerar ainda mais o bolso dos trabalhadores. Segundo os parlamentares, a presidente tem responsabilidade direta sobre o setor elétrico, pois foi ministra de Minas e Energia no governo Lula e não realizou um planejamento capaz de evitar os atuais transtornos do setor e o aumento já anunciado.

“É mais uma medida amarga, como se já não bastasse o corte no Orçamento de R$ 50 billhões e o salário mínimo sem nenhum ganho real depois de 16 anos. É o trabalhador que sai prejudicado. Esse aumento da energia elétrica é impensável. Isso revela falta de planejamento e uma concepção equivocada do sistema”, apontou Imbassahy.

Os motivos apresentados para o reajuste foram os encargos embutidos na conta de luz e a estiagem prolongada, que provocou seca recorde nos reservatórios das hidrelétricas e o consequente uso de energia termelétrica, mais cara que a elétrica. Segundo o deputado baiano, as justificativas apresentadas pelo aumento não convencem e, por isso, Dilma deveria impedir mais esse peso no bolso dos cidadãos.

“Não há fundamento que sustente essa justificativa. Isso revela uma concepção que vem do governo passado, no qual a própria Dilma era ministra de Minas e Energia. Há uma responsabilidade direta da presidente, pois se tivesse feito um bom planejamento, as secas estariam previstas e hoje não seria necessário um aumento dessa magnitude”, afirmou o tucano, ao defender que o Brasil já poderia ter um programa avançado sobre o uso de energia limpa e mais barata.

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal “Folha de S. Paulo”, o reajuste deve ficar entre 9% e 11%, além de pressionar o índice de inflação num patamar entre 0,29 ponto percentual e 0,35 ponto percentual. “Isso traz uma grande frustração para aqueles que votaram em Dilma. Esse aumento vai pesar no bolso das classes C, D e E, onde ela teve a maior parte de seus votos”, afirmou Leréia.

Conta de luz subiu mais que a inflação.

→ De acordo com a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia Elétrica (Abrace), o aumento acumulado das tarifas de energia chegou a 186% nos últimos dez anos, enquanto no mesmo período o Indice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 124% e o IPCA (índice oficial de inflação do governo) acumulou 86%.

A primeira leva de reajustes tarifários das grandes concessionárias elétricas ocorrerá em abril. Mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já deu uma pequena amostra do que está por vir: concedeu, neste mês, aumentos nas tarifas de duas pequenas empresas de energia. Na Santa Maria (ES) o reajuste foi de 10,35% para os clientes residenciais e na Energisa Borborema (PB) as contas saltaram 14,92%.

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(Reportagem: Djan Moreno/Fotos: Agência Câmara e Eduardo Lacerda/ Áudio: Elyvio Blower)

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17 fevereiro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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