Da retórica para a prática
Para Marisa Serrano, plano de Dilma para Educação precisa sair do papel
A vice-presidente do PSDB, senadora Marisa Serrano (MS), disse nesta segunda-feira (14) estar feliz com a intenção do governo federal de priorizar a educação, mas ressaltou que o plano da presidente Dilma Rousseff para o setor só será factível se houver, de fato, ações para mudança. “Agora é sair da retórica e modificar a prática”, afirmou em discurso no plenário do Senado. Para Marisa, 2011 será um ano difícil para a área educacional. “Já estamos vendo alta da inflação e dos juros, corte orçamentário e déficits estruturais. Difícil acreditar em tanta evolução na educação, se a equipe econômica do governo já anunciou corte de R$ 1 bilhão no orçamento do MEC”, lamentou.
Segundo a senadora, que é professora, há muito a fazer na educação, especialmente em relação à qualidade do ensino. A parlamentar destacou a queda no número de matrículas, a evasão escolar, a distorção idade-série e os péssimos resultados do Brasil em exames internacionais.
“Entre 65 países, tiramos a 53ª posição em leitura e 57ª em matemática no Pisa – Programa Internacional de Avaliação de Alunos”, lembrou. Em relação ao acesso à universidade, Marisa disse que no Brasil 15% dos jovens entre 18 e 24 anos frequentam instituições de ensino superior. Nos Estados Unidos o ingresso é de 73%, na Argentina 48% e na Bolívia de 36%.
A tucana ainda ressaltou que o Pronatec – Programa Nacional de Acesso a Escola Técnica – nada mais é do que o Protec, na versão tucana. A proposta do PSDB apresentada na campanha presidencial de 2010 era criar 1 milhão de vagas na educação profissional até 2014. “Na nossa proposta, uma das ações era oferecer bolsas de estudo para o ensino técnico com a expansão do ProUni”, afirmou. O anúncio do Pronatec na última quinta-feira (10) gerou reclamações por parte do ex-governador de São Paulo, José Serra, e de parlamentares do PSDB, alegando que o governo petista plagiou a idéia sem dar o devido crédito.
A parlamentar lembrou também que o presidente Lula deixou para a sucessora um país com poucos avanços em áreas-chave como educação, saúde e segurança. “As grandes desigualdades sociais e regionais permanecem, apesar da propaganda extremamente bem feita para mostrar o contrário. O Brasil real contrasta com o Brasil imaginário do marketing eleitoral exibido na TV”, constatou. (Da redação com informação da assessoria da senadora/Foto: Agência Senado)
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