A ficção venceu a realidade


Cortes no Orçamento revelam discurso eleitoreiro do PT e são um “péssimo presságio” sobre o  governo Dilma, afirmam tucanos

Senadores do PSDB classificaram nesta quinta-feira (10) como “estelionato eleitoral” e um “péssimo presságio” sobre o governo Dilma os cortes no Orçamento de 2011 anunciados ontem (9). Além disso, na avaliação dos tucanos a decisão cria um “mal-estar” entre o governo federal e o Congresso por conta do congelamento de R$ 18 bilhões em emendas parlamentares, dentro do total de R$ 50 bilhões que serão contingenciados neste ano.

Em pronunciamento no plenário do Senado nesta quinta-feira (10), o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), criticou a mudança de discurso do governo, que propagou um momento mágico vivido pela economia e, agora, anunciou um corte alto no orçamento de 2011.

“Falávamos na necessidade do ajuste fiscal rigoroso e a candidata do PT não concordava. Na campanha eleitoral trabalhava-se o imaginário da população com a mistificação, a mentira,  a desinformação e a manipulação de números para fazer com que a ficção pudesse derrotar a realidade. A mudança do discurso consagra a tese de que a ficção venceu a realidade e de que o estelionato eleitoral foi praticado no país”, condenou.

O tucano destacou que, durante todo o ano passado,  alertou em discursos na tribuna e em entrevistas que  a irresponsabilidade administrativa do governo armava “uma espécie de bomba relógio de efeito retardado que poderia explodir no colo do povo brasileiro se providências enérgicas não fossem adotadas no início do novo governo.”

Para o senador, o discurso eleitoral petista também escondeu as dificuldades do governo Lula no final do seu mandato. “Os mágicos do marketing ficcional foram vitoriosos. Hoje, o discurso é outro e o momento é de dificuldades, de cortes. Aliás, só saberemos qual o valor desses cortes e os setores prejudicados ao final do exercício, quando pudermos analisar a execução orçamentária”, afirmou.

Alvaro Dias apresentou números que comprovam o inchaço da máquina pública. Segundo o tucano, só os gastos com pessoal passaram de 4,4% para 4,7% do PIB entre 2008 e 2010. “E apesar dos números, o governo não fala em reforma administrativa. Os cortes não alcançarão a máquina, que engordou demais. Além disso, a inflação está aí ameaçadoramente nos assustando. Ou seja, o ajuste fiscal anunciado é insuficiente”, criticou.

Para o senador Aécio Neves (MG), os cortes são um “péssimo presságio” sobre o novo governo. “É uma sinalização extremamente preocupante. Vejo apenas duas possíveis explicações para isso. A mais provável é que o Brasil que o governo apresentou durante a campanha eleitoral não era o Brasil real. A situação fiscal não é aquela que nos apresentaram, que permitiria expansão de investimentos. Outra possibilidade é que o governo queira, com o anúncio dos cortes, pressionar sua base a votar projetos de seu interesse. Seja como for, é um péssimo presságio sobre o governo que inicia”, avaliou o senador.

A senadora Lúcia Vânia (GO) acredita que o governo criou um “mal-estar” com senadores e deputados ao anunciar o corte de R$ 50 bilhões, dos quais R$ 18 bilhões são de emendas parlamentares. “Isso não é bom nem para o governo nem para o país”, alertou. Lúcia Vânia lembra que os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) já estão escassos em função da tesoura do governo e que as emendas são uma forma de socorrer, em muitos casos, inúmeros municípios brasileiros.

“As emendas individuais são os recursos que ainda podem socorrer os pequenos municípios que estão estrangulados pela instabilidade de repasse de recursos do Fundo de Participação dos Municípios”, destacou. (Da Redação com informações da assessoria da liderança do PSDB no Senado)

Compartilhe:
10 fevereiro, 2011 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “A ficção venceu a realidade”

  1. Marcello Araujo disse:

    Caros Senhores
    A posição parlamentar está correta ao comprovar a fraude eleitoral escancarada pela campanha petista.
    Agora, como sempre,quem vai pagar a conta da realidade Brasil, será o Povo, via estrangulamento de recursos fundamentais e obstrução de Pls de interesse popular.
    Os limite para o salario mínimo e as intenções para não mexer no IRRF, são os primeiros indicadores revelados pelo Governo, para dizer quem será sacrificado: o Povo
    Vamos seguindo!
    A luta só está começando.
    Parabéns pelas iniciativas
    Marcello Araujo

  2. Jairo Galdino ALves disse:

    A Dona Dilma parece que esqueceu que as eleições já acabaram foi em outubro e ela ainda tá no discurso e prometendo aumento para os professores e ao mesmo tempo arrochando os gastos, aumentando os juros, qual será a mágica que ela irá fazer, pois o trabalho já começou faz tempo e promessas agora não caem bem, mãos a obra em primeiro lugar. Ela afaga os professores de um lado e do outro ficam os sindicatos usando os professores como manobra, e o professor faz papel de bobo. Dona Dilma vamos trabalhar.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *