Celebração do Círio de Nazaré une diferentes crenças e laços comunitários, diz Nilson Pinto
A Câmara dos Deputados prestou na manhã desta quarta-feira (8) homenagem à maior festa religiosa do Norte brasileiro, o Círio de Nazaré, evento comemorado no mês de outubro. Parlamentares representantes do Pará, estado em que a celebração acontece, participaram da sessão solene requerida pelos deputados Joaquim Passarinho (PSD) e Arnaldo Jordy (PPS).
A festa completou 200 anos em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses. Conta a história que a imagem foi encontrada pelo caboclo Plácido José de Souza às margens do rio Murucutú, por volta do ano de 1700.
Ele teria levado a imagem para casa, mas a santinha voltava para o mesmo local em que fora encontrada. Depois de inúmeras tentativas, a notícia se espalhou e a imagem foi levada para o Palácio do Governo. Essa mesma imagem é transportada durante o percurso entre a Catedral Metropolitana e a Basílica de Nazaré, sendo acompanhada por cerca de 2 milhões de romeiros.
“É uma festa católica que une a todos”, disse o deputado Nilson Pinto (PA). Ele relata que, da união de deputados e senadores representantes do Pará no Congresso Nacional, um sonho foi alcançado. Segundo ele, durante seis anos a bancada paraense destinou recursos por meio de emendas para que um terreno de 10 mil metros quadrados, localizado ao lado da Basílica de Nazaré, que estava sob a guarda do Exército fosse transferido para a arquidiocese.
“Alcançamos a graça esse ano”, afirmou. Um acordo entre a União, o governo estadual e a Igreja permitiu que essa área seja transferida para a Basílica de Nazaré. O espaço será usado para trabalhos sociais, obras de evangelização e para recepcionar os romeiros.
O tucano falou sobre a emoção de ver a participação de grupos evangélicos em vários pontos do percurso da procissão para distribuir água aos fiéis. Para ele, o Círio de Nazaré une todas as crenças, raças e matizes ideológicos. “Essa é certamente a maior de todas as características dessa grande festa”, reiterou.
Desde setembro de 2004, o festejo é considerado Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial pelo Iphan (pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e há quatro anos a Unesco o adotou como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade.
Nilson Pinto afirma que os símbolos religiosos, a exemplo da procissão gigantesca, a corda, a berlinda que abriga a imagem da virgem de Nazaré, se unem a símbolos externos bem populares – fogos de artifício, brinquedos de miriti, gastronomia – para transformar a festa num grande evento que vai além da religiosidade e se tornar um grande evento cultural.
Ao percorrer o caminho da procissão, os peregrinos pagam promessas, perpetuam a tradição e fortalecem os laços comunitários. Ao encerrar o seu discurso, Nilson Pinto destacou que o Círio de Nazaré é a expressão maior do povo do Pará. Ele desejou que Nossa Senhora de Nazaré acompanhe a todos para que a união existente durante a celebração se estenda pelo Brasil, que clama por fraternidade.
(Ana Maria Mejia/ Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados)
Deixe uma resposta