Empréstimos suspeitos
CPMI da JBS realiza oitiva nesta terça com o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura irregularidades envolvendo a empresa JBS em operações realizadas com o BNDES promove sua primeira audiência pública nesta terça-feira (3), às 9h. Serão ouvidos o advogado Márcio Lobo e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho. A reunião será no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.
Coutinho deve ser questionado a respeito dos empréstimos concedidos pelo banco nos anos em que esteve à frente da instituição financeira (2007 a 2016). Os valores repassados pelo BNDES fizeram com que a JBS se tornasse a maior empresa processadora de proteína do mundo.
Já Márcio Lobo foi convidado para explicar a operação de venda de ações da JBS feita pelos próprios controladores do grupo, os irmãos Wesley e Joesley Batista, na véspera de se tornar pública existência de um acordo de delação premiada entre eles o Ministério Público.
O acordo – que envolvia a denúncia de favorecimento ao presidente da República, Michel Temer – derrubou o preço das ações e a CPI investiga se os irmãos Batista usaram informações privilegiadas para diminuir seus prejuízos, ao contrário do que aconteceu com os demais acionistas.
Na reunião de quarta-feira (4), haverá oitiva com o procurador Ângelo Goulart Villela, suspeito de ter repassado informações ao grupo J&F quando auxiliava o ex-procurador geral da República Rodrigo Janot, e o advogado da empresa, Willer Tomaz de Souza.
REQUERIMENTOS APROVADOS
Na última semana, a CPMI aprovou requerimentos do deputado Izalci (DF) com pedidos de informação e quebras de sigilo. A pedido do tucano, a comissão requer ao BNDES levantamento detalhado de todos os empréstimos feitos às empresas do grupo J&F Participações Ltda. O banco também deve enviar cópias de todas as transações financeiras com a JBS e a J&F investimentos entre 2007 e 2016. Além de Izalci, integram a comissão os tucanos Rocha (AC), João Gualberto (BA) e Miguel Haddad (SP).
A comissão aprovou ainda pedido do tucano para que o Banco Central compartilhe todas as análises de risco produzidas em razão da exposição de instituições financeiras decorrentes de empréstimos concedidos a empresas do grupo J&F Participações Ltda. A segunda quebra de sigilo é referente às operações de câmbio realizadas pelas empresas do grupo em 2017.
(Da Redação com informações da Agência Câmara/ Foto: Alexssandro Loyola)
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