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Deputados se manifestam contra fundo de R$ 3,6 bilhões para financiar campanhas
Deputados do PSDB estão se manifestando em entrevistas, discursos e nas redes sociais contra a criação de um fundo, composto por 0,5% da Receita Corrente Líquida da União nos 12 meses encerrados em junho, para bancar as campanhas eleitorais. Com essa vinculação, o valor chegaria a R$ 3,6 bilhões. O dispositivo está na proposta de reforma política que será votada na próxima semana em Plenário, relatada pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP).
“Este valor é muito alto. No momento em que se vemos dificuldades em setores como saúde, educação e segurança, não é correto e nem justo”, apontou o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), na quarta-feira (17). Tripoli lembrou que o Judiciário proibiu o financiamento privado nas campanhas. Na opinião do deputado, o ideal é que esse modelo fosse mantido, com limites e recursos provenientes apenas de empresas sem nenhum tipo de atividade com os três entes federativos: União, estados e municípios. Mas diante da proibição, o tucano avalia que será preciso uma rubrica orçamentária para ser debatida no momento da discussão da peça orçamentária no final do ano, definindo de onde virão os recursos para a campanha de 2018.
Em discurso na manhã desta quinta-feira (17), o deputado Lobbe Neto (SP) também se manifestou. “Quero deixar registrado o nosso posicionamento contrário a esse fundo e dizer que temos que buscar maneiras de baratear as eleições, sem carro de som e sem outras questões que as encarecem. Temos que barateá-las, não buscar recursos para mantê-las caras como são hoje”, defendeu em Plenário.
O deputado Rocha (AC) também comentou o assunto em discurso. ”O que surpreende o brasileiro é que no momento de crise, ainda tem alguém que queira tirar R$ 3,6 bilhões para investir em campanhas políticas. Todos nós sabemos da necessidade de se financiar a democracia, mas certamente não com um valor abusivo, com o montante que se quer destinar a esse fundo eleitoral”, declarou.
Já Yeda Crusius (RS) destaca que a população de todos os países sempre pagou pela democracia. Porém, avalia que não se pode aceitar que, em um momento de cortes generalizados e de déficit público progressivo, o orçamento seja ainda mais sobrecarregado. “A democracia custa, mas este fundo eleitoral em R$ 3,6 bilhões é injusto e inapropriado, por que ele vem para fazer as eleições como elas já são, o que não gera nenhuma mudança significativa no sistema político e eleitoral brasileiro. O Congresso Nacional precisa ter responsabilidade e mudar o sistema eleitoral com a finalidade de baratear as eleições”, declarou.
Para Eduardo Cury (SP), as eleições devem ser bancadas por pessoas que acreditam nos candidatos. “Não tem sentido usar dinheiro público, que poderia ir para tantas áreas, como saúde e educação, para esse fim”, afirmou. “Precisamos ampliar os investimentos em áreas essenciais como Saúde e Educação, e não podemos gastar mais dinheiro público com o sistema político”, disse o deputado João Paulo Papa (SP). “É uma ofensa à dignidade do povo brasileiro.Precisamos de investimento público em educação, saúde e segurança”, disse Otavio Leite (RJ) por meio de seu perfil no Twitter.
(Da redação/fotos: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)
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