Relações Exteriores
Bruna Furlan irá relatar o Protocolo de Adesão da Bolívia ao Mercosul
O Protocolo de Adesão da Bolívia ao Mercosul será relatado pela presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, Bruna Furlan (SP). O tratado encontra-se em apreciação na Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, Comissão Mista presidida pelo deputado Celso Russomano (PRB-SP), autor do requerimento para a realização do debate sobre o tema.
Nesta terça-feira (8), ela participou de audiência pública que debateu o assunto. A senadora Fátima Bezerra (PT-RN), relatora naquele Colegiado, já apresentou parecer pela aprovação. “Vamos receber o protocolo na CREDN entre o final de agosto e o início de setembro e também apresentaremos um parecer por sua aprovação. O Mercosul será cada vez mais forte quanto mais países da região o integrarem e a Bolívia é um importante ativo regional, uma potência energética e um país estratégico para a integração sul-americana”, afirmou.
Durante a audiência pública, o Diretor do Departamento do Mercosul do Ministério das Relações Exteriores, Otávio Brandelli, explicou que a adesão da Bolívia é positiva para o bloco. Na sua avaliação, o fator geográfico e as significativas reservas de gás e de lítio do país são os principais elementos que comprovam a relevância da Bolívia como parceira do Brasil e da América Latina.
Ainda de acordo com Brandelli, a Bolívia é o principal fornecedor de gás natural para o Brasil (mais de 90% das exportações), tem um enorme potencial hidrelétrico e a energia do futuro, já que possui o segundo maior estoque de lítio do mundo. O mineral é essencial à fabricação de baterias utilizadas pela indústria eletrônica. “Um país que tem toda essa potencialidade e é nosso vizinho é quase natural que deva haver uma aproximação no sentido da integração”, afirmou.
No entanto, a adesão da Bolívia ao Mercosul pode encontrar problemas. Os que se opõem ao ingresso pleno do país ao bloco lembram a desapropriação pelo governo de Evo Morales de ativos da Petrobras; as alegadas imperfeições do regime democrático boliviano, colocando-o em desacordo com o Protocolo de Ushuaia; e a possível criação de obstáculos, pelo governo da Bolívia, à celebração de acordos entre o Mercosul e outros países e blocos regionais.
“Acredito que durante a tramitação na CREDN teremos condições de aprofundar o debate em torno desses e de outros temas. O mais importante é que a integração regional seja fortalecida e o Mercosul receba o impulso e a fortaleza necessários para tornar-se um bloco vigoroso, com resultados tangíveis para todos os países membros”, explicou Bruna Furlan.
A deputada apontou, ainda, como fatores importantes para a integração regional os acordos para a construção da terceira ponte entre o Brasil e o Paraguai, relatado por ela e aprovado na semana passada pela CREDN, e os entendimentos com Argentina e Uruguai para a simplificação das questões tributárias e fiscais, entre outros.
(Da assessoria da CREDN/foto: Benjamin Sepúlveda)
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