Incentivo à agricultura
Na Comissão de Agricultura, Gomes de Matos defende medidas de fortalecimento da produção de caju
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realizou nesta terça-feira (11) audiência pública que debateu questões relativas à produção do caju no Brasil. A iniciativa foi do deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), que defendeu o incentivo à agroindústria da fruta para fortalecer o mercado interno e, consequentemente, desenvolver a economia rural e gerar empregos no país. Em resultado da reunião, e das necessidades do setor, um grupo de trabalho será criado para discutir diretrizes e estabelecer uma política nacional de incentivo à cultura do caju em 2018.
Segundo o deputado, atualmente o Nordeste tem um potencial na cajucultura que infelizmente não está sendo articulado com os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. “Nós temos mais de 500 mil hectares de área de plantação de caju no nordeste e temos uma produção muito baixa em relação a esse potencial”, destaca. Ele ressalta ainda que o setor gera mais de 200 mil empregos, por isso é preciso fortalecer a economia rural do Nordeste.
De acordo com o presidente da Câmara Setorial do Caju do Ceará, José Ismar Girão Parente, a produção do estado sofreu uma redução de 76% em 2016 na comparação com 2006, quando bateu recorde. Em relação ao mesmo período, o Brasil teve redução de 67%. Segundo ele, isso foi o reflexo da falta de investimento no setor. “75% da área plantada de cajueiro se constitui de material muito velho, de difícil manejo, que compromete a produção de castanha de caju”, revela. Atualmente, o Ceará é o maior produtor de caju do país, representando 50% da produção.
Para mudar a realidade da cadeia de produtividade do caju no Nordeste, o chefe da Secretaria de negócios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Vitor Hugor de Oliveira, afirmou que ao longo dos anos a instituição vem desenvolvendo técnicas e instrumentos necessários. Vitor Hugo propôs aos produtores a incorporação dessas técnicas e tecnologias, como: o programa extensivo de substituição de copas, o adensamento das áreas; e em conjunto, que órgãos representantes do setor estabeleça de metas para desenvolvimento.
O parlamentar afirmou que fica evidente a necessidade de usufruir dos avanços tecnológicos proporcionados pela Embrapa para garantir a produtividade, incentivar a criação de cursos de capacitação técnica para lidar com a agricultura do caju e ainda, trabalhar na expansão da produção, porém é preciso de recurso.
“Devido às dificuldades, hoje o Brasil compra castanha da África, da Ásia, que utilizam a tecnologia brasileira criada pela Embrapa. Existe já constituído o FunCaju, assim como o Funcafé, o Funcacau, e nós precisamos regulamentar esse fundo”, defende Raimundo Gomes de Matos. A expectativa é que a regulamentação do Fundo de Apoio à Cultura do Caju (Funcaju) estimule a produção e exportação do caju, gere competitividade no mercado e possibilite o financiamento da compra de equipamentos agrícolas e industriais com recursos advindos da União.
Com o apoio de representantes do setor produtivo de caju e do governo, o tucano deu abertura para a criação de um grupo de trabalho para estabelecer estratégias e instituir uma política nacional de incentivos voltada à retomada e expansão da cultura no campo e da agroindústria do caju. A sugestão da instituição foi do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Saboya.
“Ficou estabelecido, com a decisão do presidente do colegiado, que faremos um grupo de trabalho, composto pelas Câmaras Setoriais da Cajucultura, principalmente Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, com os Ministérios da Agricultura, do Planejamento, e do Desenvolvimento Agrário, além da Embrapa, CNI e a CNA, para até novembro apresentar uma proposta para garantir que no próximo ano tenhamos uma política nacional para a cajucultura”, explicou.
Estiveram presentes na audiência o representante do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Cajú e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Antônio José Gomes Teixeira de Carvalho, o presidente do Sindicato das Industrias de caju do Piauí, Leontino do Nascimento Neto; o, diretor do Sindicaju do Ceará, Alderito Oliveira; e o presidente do Sindicato Rural Ascaju, Francisco José de Sousa.
(Sabrina Freire/ Foto: Alexssandro Loyola)
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